Uma escolha simbólica - e que de ingênua não tem nada: a abertura da décima edição norte-americana do Sustainable Cosmetics Summit ficou a cargo do escritor, blogueiro e influenciador Colin Beavan. Conhecido como No Impact Man, ele ficou famoso por ter relatado sua tentativa de gerar o menor impacto ambiental possível, vivendo com a família, durante um ano, em pleno centro de Nova York. Colin Beavan é a expressão de um novo tipo de consumidor que se mostra cada vez mais consciente do impacto que seus hábitos de vida têm sobre o meio ambiente, e que tenta não somente diminuir esse impacto, como também gerar efeitos positivos.
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Entre as principais tendências que mereceram destaque durante o evento, vale citar:
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Embalagens inovadoras. Como os consumidores demonstram crescente preocupação com a poluição gerada por materiais plásticos, a indústria de beleza se vê diante da necessidade de reduzir o impacto de suas embalagens. Vários exemplos de soluções inovadoras foram apresentados durante o evento. A Seed Phytonutrients, por exemplo, explicou em detalhes as características de sua garrafa compostável, fabricada a partir de papel reciclado. A empresa coreana InnerBottle mostrou de que forma sua nova tecnologia para embalagens elimina todo e qualquer resíduo. Ou seja, o caminho a seguir aponta mais para a inovação radical e menos para a adoção de medidas progressivas, como a redução do peso.
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Controle de matérias-primas. O impacto ambiental e humano da exploração de matérias-primas vem sendo alvo de crescente vigilância. Segundo a empresa Verisk Maplecroft Research, os ingredientes cosméticos que apresentam os riscos sociais mais elevados são manteiga de karité, seda, baunilha e cacau, cujo manejo pode envolver tráfico de pessoas, trabalho infantil, discriminação e grilagem.
Usando óleos essenciais como exemplo, Dee-Ann Prather, da Down Under Enterprises, explicou como os fornecedores de ingredientes podem garantir o rastreamento das matérias-primas que compram. Sendo a falsificação um dos principais problemas enfrentados pelo setor, esse fornecedor australiano vem apostando na tecnologia Blockchain.
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Novas fontes de ingredientes verdes. Nessa área, foi interessante ouvir a DuPont, que compartilhou a história da criação de seu ingrediente Genencare OSMS BA, obtido a partir de produtos alimentícios. Outras empresas que se destacaram foi a Genomatica, que relatou sua experiência na conversão de açúcares vegetais em butileno glicol, e a Aprinnova, que produz esqualeno a partir de cana-de-açúcar. O uso de células vegetais para a produção de ingredientes ativos também foi um dos pontos altos do evento.
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Materiais de embalagem mais ecológicos. Andrew Dent, da Material ConneXion, falou sobre os problemas que as embalagens atuais representam, ressaltando que, nos Estados Unidos, menos de 5% dos materiais plásticos são reciclados. Diante desse cenário, ele lançou um apelo para que as marcas adotem materiais ecológicos, a fim de se preparar para a era da economia circular. Muitos exemplos ilustraram as questões levantadas por ele, como o uso de materiais reciclados, compostáveis e inovadores (em particular soluções produzidas pela bioengenharia de algas, fungos ou bactérias).
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Novos modelos de negócios. Com a criação da Loop, a TerraCycle mostrou às marcas que é possível virar as costas ao modelo de embalagens descartáveis. Descrita como "plataforma de compras circular", ela permite que o consumidor retorne as embalagens para posterior reúso. A Loop foi lançada nos Estados Unidos em maio, com parceiros como P&G, Unilever, Colgate-Palmolive, Walgreens e Kroger.
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Cosméticos naturais e orgânicos. Segundo a The Benchmarking Company, 68% das mulheres americanas compram produtos de beleza naturais e orgânicos, o que representa um aumento de 49% em relação a 2008. A maioria das consumidoras (73%) declara que a principal motivação é a preocupação com a saúde. O número de consumidores adeptos desse tipo de produto deverá continuar crescendo, à medida que novas gerações forem chegando ao mercado.
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Um passo além do horizonte orgânico. Para Diana Martin, do Instituto Rodale, chegou a hora de abrir caminho para a agricultura regenerativa. Graças à certificação Regenerative Organic, é possível integrar saúde do solo, bem-estar animal e comércio justo e solidário às práticas da agricultura orgânica. Esse novo sistema está sendo atualmente desenvolvido em 21 projetos piloto espalhados pelo mundo, e conta com o apoio de empresas de primeira grandeza, como a Dr. Bronner’s Magic Soaps e a Patagonia.
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Experiências de marketing. As gerações Millennials e Z representam atualmente metade dos consumidores americanos. Segundo Sourabh Sharma, da FIG Or Out, esses consumidores, que têm conquistado crescente influência, pedem que as marcas considerem o desenvolvimento sustentável como um de seus valores fundamentais. Para Sourabh Sharma, é necessário, portanto, criar experiências de marketing adaptadas às exigências desse público. Os grandes vencedores da era digital serão provavelmente as marcas que saberão usar as mídias sociais, fornecer informações claras e contar a história da empresa ou de seus produtos.
Os debates sobre sustentabilidade continuarão na próxima edição: Sustainable Cosmetics Summit Europe |