Ampliando o leque de tonalidades de suas bases faciais, as marcas de cosméticos passaram a oferecer ao consumidor - seja qual for o tom de sua pele - um universo de opções até então inexistente - Foto: © VladimirFLoyd / iStock

Em 2018, um grande número de marcas de cosméticos finalmente decidiu fazer alguma coisa para compensar a falta de diversidade que caracteriza a indústria da beleza. Ampliando o leque de tonalidades de suas bases faciais, elas passaram a oferecer ao consumidor - seja qual for o tom de sua pele - um universo de opções até então inexistente.

O pontapé inicial do movimento foi dado pela cantora Rihanna, que gerou uma onda de admiração mundial com o lançamento, em setembro de 2017, da primeira coleção de sua marca Fenty Beauty, apresentando uma linha inclusiva de bases faciais com nada menos que 40 tonalidades. Não demorou muito para que outras marcas abrissem os olhos e aderissem à tendência: em maio de 2018, a Tarte Cosmetics anunciou a ampliação de sua linha de bases faciais "Amazonian Clay", que passou de 25 para 40 nuances disponíveis, com um detalhe: 10 das novas tonalidades cobriam peles "morenas a escuras". Em junho, a marca de cosméticos cult Too Faced apresentou os resultados de sua colaboração com a blogueira e influenciadora Jackie Aina: a linha de bases faciais "Born This Way" ganhou 11 novas nuances e agora conta com 35 tonalidades. Também em meados do ano, a Estée Lauder entrou na onda e ampliou de 42 para 56 o número de tonalidades disponíveis em sua linha de bases "Double Wear".

Muitas outras marcas recém-chegadas ao segmento de bases faciais engrossaram o movimento: em fevereiro, a Marc Jacobs Beauty lançou a nova linha "Shameless Youthful-look 24-h Longwear Foundation" com 29 tonalidades diferentes. Segundo a marca, o produto "nunca provoca marcas brancas nas fotos nem deixa a pele acinzentada, seja qual for a tonalidade original da pele". Vale também citar a marca de cosméticos naturais Lush Cosmetics, que em junho lançou uma linha experimental de bases faciais, apresentando uma coleção, em edição limitada, com 40 tonalidades de bases sólidas denominadas "Slap Stick"; ou ainda a NYX Cosmetics , que em agosto lançou a linha "Can’t Stop Won’t Stop", com 45 tonalidades, trazendo também um sistema preciso de classificação decimal, com base no qual os consumidores podem escolher não somente a tonalidade perfeita para a sua pele, como também uma série de tons intermediários. Nesse meio tempo, a Revlon decidiu agitar o mundo da beleza com o lançamento da "Flesh", nova marca de alto padrão que oferece 40 tonalidades de base facial.

Isso significa que a indústria de beleza eliminou definitivamente o problema de falta de diversidade? Não exatamente. Mas, pelo menos, em 2018 as marcas se deram conta de que, no mundo atual, a inclusividade é um fator de vendas. Em julho, quando a Beautyblender fez sua estreia no segmento de maquiagem com a linha "Bounce", oferecendo 32 tonalidades de bases faciais, foi criticada pela escassez de opções disponíveis. Neste mês, a marca adicionou mais oito tonalidades à sua linha de bases. Sem sombra de dúvida, 2019 promete ser um ano belo - e inclusivo.