A história do perfume tem início por volta de 3000 a.C. no Egito. Para se comunicarem com os deuses, os egípcios tinham o hábito de queimar madeiras e ervas aromáticas. Eles acreditavam que aquela fumaça perfumada que subia ao céu podia levar suas orações e pedidos e foi daí que surgiu a palavra perfume, vindo da junção de ‘per’ e ‘fumum’, ou seja, através da fumaça.
Esses e muitos outros fatos que apontam o hábito de se perfumar como um dos mais antigos da humanidade são contados no Mundo do Perfume. “Trata-se de um espaço sobre a cultura e a história das fragrâncias, o único no Brasil situado dentro de uma instituição pública”, afirma Cesar Veiga, perfumista do Grupo Boticário, companhia responsável pela exposição permanente, que tem apoio da Wheaton, Givaudan e Provital e IFF.
O espaço está instalado dentro do Museu Catavento, que é gerido pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e está situado na capital paulista. “Este é um museu dedicado à ciência e tecnologia. Com ele, nós fazemos um convite para a população e, especialmente, as novas gerações, conhecerem um pouco mais do mundo da perfumaria. A criança é o grande formador do futuro e queremos contribuir para a democratização da ciência para esse público”, diz o perfumista.
Espaço renovado com 100m2 e mais de 300 peças de acervo
Com um acervo de mais de 300 peças, o Mundo do Perfume passou por uma renovação há poucos meses. Antes de chegar à área de 100m2, os visitantes passam por um jardim de ervas aromáticas, que preparam o olfato para a experiência imersiva que terão nas galerias subterrâneas do museu.
As visitas são realizadas em grupos mediante agendamento e o espaço tem capacidade para receber cerca de 4 mil pessoas por mês e mais de 45 mil ao ano. Monitores treinados conduzem o público por uma viagem pelas fragrâncias. Partindo da fumaça perfumada do Egito, ela passa pelos óleos de flores e plantas apreciados pelos gregos, os rituais de banhos romanos, a importância do vidro para essa indústria, a descoberta do álcool concentrado, ingrediente fundamental da perfumaria moderna, até a criação da Água de Colônia, o primeiro perfume comercializado no mundo.
O acervo traz réplicas do Império Romano do século I a III, e diversas peças importantes para a história da perfumaria mundial, como o vidro de perfume com pátina prateada do século III e o Cologne 4711, o perfume mais antigo do Ocidente, comercializado desde 1792. Uma linha do tempo iniciada em 1900 também relaciona a perfumaria com moda e beleza, apresentando fragrâncias ícones de suas épocas.
Teste de capacidade olfativa e totem com principais famílias de fragrâncias
Para atrair a atenção do público, majoritariamente infantil, o espaço traz muitos recursos tecnológicos. Há o Totem do Olfato, em que os visitantes testam até onde vai a capacidade de sentir cheiros, e uma instalação em que experimentam as principais famílias olfativas. Em uma espécie de minilaboratório, eles também têm a oportunidade de conhecerem ingredientes da perfumaria e simular a criação de sua própria fragrância.
“É muito importante divulgarmos mais essa cultura. Começamos com as crianças, instigando o visitante infantil a conhecer um pouco mais sobre o olfato e as fragrâncias. No futuro, teremos mais perfumistas no Brasil. O Boticário, desde a sua criação, no final dos anos 1970, é reconhecido pelas suas fragrâncias, então esse é um legado que deixamos para o público brasileiro”, finaliza Veiga.