O Brasil é terceiro maior mercado de produtos para os cabelos no mundo, atrás de EUA e China, representando 12% do market share mundial, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). Presente em 96% dos lares no país, a categoria movimenta US$ 6 bilhões por ano, devendo chegar a US$ 7,7 bilhões em 2028, segundo a Mordor Intelligence.

O Grupo Boticário vem acompanhando a expansão do mercado de haircare no Brasil. Nos últimos quatro anos, a companhia quadruplicou sua receita no segmento capilar, impulsionada especialmente pela aquisição da TRUSS Professional em 2023, a entrada da Vult na categoria no ano passado e diversos lançamentos de sucesso de Match de O Boticário e Eudora Siàge – marca que está entre favoritas do mercado nacional, segundo pesquisa recente da Kantar.

Estamos crescendo vertiginosamente em cabelos e temos uma boa evolução do ponto de vista de entrega para o consumidor. Vemos a categoria como uma grande ‘avenida’, com muita demanda ainda não respondida. Por isso, como parte da liderança de haircare no Brasil e diante do tamanho desse mercado no país, entendemos que há não apenas uma oportunidade de negócio, mas lacunas que poucas empresas poderão responder”, afirma Gustavo Dieamant, diretor executivo de P&D do Grupo Boticário.

Com novo centro de pesquisa, grupo ambiciona redefinir o futuro da inovação capilar

Para dar essas respostas ao público brasileiro, a companhia acaba de lançar o Centro de Pesquisa e Ciência Capilar, instalado junto ao laboratório de P&D da fábrica em São José dos Pinhais (PR). De acordo com o grupo, o objetivo é redefinir o futuro da inovação no setor por meio de formulações ultra tecnológicas e sofisticadas, soluções proprietárias e traduzindo o que há de mais novo no cenário global para o mercado nacional.

A nova instalação tem parceiros como o Einstein Hospital Israelita e o TRI Princeton, instituto científico independente, sem fins lucrativos, criado em 1930 nos EUA, sendo referência mundial em estudos sobre cabelo e couro cabeludo. “Muito mais do que estrutura física e centralizada, falamos de intencionalidade e da conexão de conhecimentos com outros grandes centros de pesquisa, via inovação aberta, em prol da ciência e evolução tecnológica sobre o tema”, explica Dieamant.

Ele conta que, com a inauguração do Centro de Pesquisa e Ciência Capilar, “do total do aporte que o grupo reserva para investimentos em pesquisa, parte considerável vai para cabelos”, levando em conta quatro grandes frentes: diversidade capilar, saúde do couro cabeludo e fios, personalização com uso de tecnologia avançada e sustentabilidade.

Primeiro ativo proprietário desenvolvido por rota biotecnológica

Um primeiro exemplo do trabalho realizado por esse novo hub já foi apresentado pelo Grupo Boticário. O BioRadiance é resultado de uma extensa pesquisa nas águas doces do Cerrado brasileiro, onde foi encontrada uma promissora microalga, com componentes que garantem até 95% mais proteção da cor e 33% mais de resistência dos fios, entre outros benefícios estudados. Criado em parceria com a Embrapa Agroenergia e a Provital, é também o primeiro ativo proprietário da companhia desenvolvido por rota biotecnológica, evitando a extração massiva da natureza e garantindo maior sustentabilidade.

O diretor executivo de P&D diz que com mais dinheiro investido em pesquisa, profissionais especializados e novos equipamentos e mecanismos de diagnóstico, a companhia deve ter lançamentos mais potentes em haircare em um curto período de tempo. “Mas nosso foco não é ganhar velocidade e sim trazer respostas mais precisas e profundas que hoje o mercado ainda não tem.

Dieamant também fala em inovações disruptivas diante de cuidados capilares mais específicos e segmentados. “É um caminho sem volta, o mercado vai evoluir e se especializar cada vez mais. Esse movimento é sempre puxado por ‘creators’, como o Grupo Boticário, que são empresas que pesquisam, fazem novas descobertas e saem na frente do mercado, criando tendências e impulsionando o desenvolvimento de toda a indústria. E se tem muita marca fazendo hoje o que nós já fazíamos, vamos investir mais, pesquisar mais e dar nosso próximo passo e, naturalmente, nos seguirão.