A pele é a primeira linha de defesa do corpo humano contra as partículas de poluentes presentes no ar, especialmente em grandes centros urbanos. Assim como a radiação solar, a poluição é um agente nocivo à saúde cutânea. Suas substâncias tóxicas aceleraram o ciclo de envelhecimento, favorecendo o surgimento de rugas, manchas e flacidez. Por obstruir os poros, também pode causar cravos e espinhas.
“A poluição aumenta a produção de radicais livres, ao mesmo tempo em que reduz as defesas antioxidantes existentes na pele”, explica Lucinda Nir, CEO da Excellence, representante da marca Talika no Brasil. “Os efeitos causados pela radiação solar já são de conhecimento de todos, há tempos. O mesmo não acontece em relação à poluição. É preciso divulgar mais o dano que a poluição causa à pele”, ela alerta.
O farmacêutico Maurizio Pupo, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Ada Tina Italy, diz que o primeiro passo para evitar os malefícios da poluição é manter a pele limpa e livre de oleosidade. “A poluição é constituída de materiais particulados de proporções microscópicas. São metais pesados, gases, arsênico e chumbo, entre outras substâncias, que aderem à nossa pele de maneira proporcional à oleosidade que ela apresenta. Quanto mais oleosa for a pele, mas esse material tóxico vai grudar nela”, ele afirma.
O passo seguinte é o uso de antioxidantes. “Temos que manter a pele sempre protegida com antioxidantes potentes. Eles conseguem neutralizar os efeitos dos poluentes, atuando contra os radicais livres”, diz Pupo. “A gente não pode combater a poluição, mas pode combater os malefícios da poluição sobre a pele”.
A CEO Nir acrescenta mais uma etapa: a aplicação conjunta com fotoprotetores. “A combinação do uso de antioxidantes e filtro solar garante uma proteção completa contra os efeitos da poluição. Isso acontece porque o filtro cria um bloqueio externo, então a proteção é potencializada, minimizando os danos da radiação infravermelha e da poluição”, ela comenta.
A Ada Tina Italy lançou no final de 2020 o Biosole Oxy FPS 50, um protetor solar antipoluição, formulado com vitamina C e niacinamida. “Ele tem altíssima concentração antioxidante, capaz de prevenir todo o maleficio da poluição e ainda tratar 15 tipos de manchas diferentes”, afirma Pupo.
Já a marca francesa Talika apresentou recentemente no mercado brasileiro a linha de cuidados faciais Skintelligence, elaborada com polissacarídeo antipoluição, que impede a aderência de partículas poluentes à pele. “Talika se inspirou nos mais recentes avanços da microbiologia epidérmica para criar o conceito de Skintelligence, que ajuda a reequilibrar o microbioma, protegendo as barreiras naturais da pele”, diz Nir.
De acordo com um levantamento da Mintel, o número de cosméticos lançados no Brasil com o “claim” antipoluição aumentou em 70% de 2018 a 2019. Para testar esses produtos, a BASF criou no ano passado uma nova abordagem capaz de avaliar a eficácia antipoluição de componentes típicos de formulações cosméticas.
“Não há um teste único para esta finalidade, por isso a BASF criou essa série de novos métodos de análises, testes in vivo e in vitro, para estudar o desempenho de ingredientes para que eles realmente protejam a pele dos impactos dos poluentes”, afirma Dayane Spassatempo, analista de marketing de personal care da BASF para a América do Sul.
Ela explica que para um cosmético ser eficiente no combate à poluição é preciso que ele diminua a aderência e aumente a removibilidade das partículas poluentes na pele, além de formar uma camada protetora contra a penetração de substâncias nocivas e promover uma limpeza adequada. “Ainda há muito espaço para o crescimento desta categoria no Brasil”, finaliza Spassatempo.