A Stora Enso apresentou seus biocompósitos DuraSense feitos de uma mistura...

A Stora Enso apresentou seus biocompósitos DuraSense feitos de uma mistura de 30% a 50% de fibras celulósicas e polipropileno.

As espetaculares declarações de alguns gigantes da indústria - por exemplo a Unilever, que se comprometeu a cortar pela metade o consumo de plásticos virgens, e a L’Oréal, que anunciou para breve o lançamento de uma bisnaga à base de papelão - ilustram uma tendência generalizada: o setor de cosméticos vem tentando reduzir sua dependência aos plásticos.

[A bisnaga à base de papelão, fruto de uma parceria entre a L’Oréal e a Albéa->https://www.brazilbeautynews.com/l-oreal-e-albea-criam-bisnaga-para-cosmeticos-a,3343], deverá ser usada para a comercialização de produtos da marca La Roche Posay a partir do segundo semestre de 2020. Também apresentada em Mônaco no salão Luxe Pack, uma outra bisnaga produzida à base de papelão foi desenvolvida pelo fabricante finlandês Stora Enso. O modelo promete reduzir em 70% o uso de material plástico, em comparação com a tradicional bisnaga de plástico disponível no mercado. Melhor ainda: a bisnaga poderá ser reciclada junto com as embalagens cartonadas multicamadas, como caixas para leite produzidas pela Tetra Pak.

Durante o Luxe Pack, a Stora Enso também apresentou os biocompósitos DuraSense, produzidos com 30% a 50% de fibras de celulose e de polipropileno.

Embora não estivessem presentes nessa última edição do Luxe Pack, os potes biodegradáveis desenvolvidos pela Sulapac foram tema de muitas conversas durante o salão: fabricados a partir de lascas de madeira com certificação FSC e aglutinantes naturais, eles são totalmente isentos de microplásticos. A empresa finlandesa, que recentemente recebeu uma injeção de capital de grandes nomes do setor, entre os quais a Chanel, vem direcionando grande parte de sua capacidade de produção para preparar um importante lançamento.

Ainda mais significativo que as transformações pelas quais a indústria de beleza vem passando é o fato de que todos os fabricantes de embalagens de plástico oferecem atualmente soluções à base de materiais plásticos alternativos, como plásticos de origem vegetal, produzidos a partir de cana-de-açúcar ou milho, e plásticos reciclados. No salão Luxe Pack Monaco, foram também apresentadas diversas soluções híbridas que associam, por exemplo, cana-de-açúcar e lascas de madeira ou até conchas de crustáceos, como no caso das tampas produzidas pela PRP Création a partir de materiais desenvolvidos pela Authentic Material.

A Eastman apresentou, por ocasião do Luxe Pack, uma nova geração mais ecológica do Trēva, alternativa sustentável aos plásticos ABS, e sua nova linha de copoliésteres Cristal Revēl, à base de materiais reciclados pós-consumo (PCR). A empresa venceu o Prêmio Luxe Pack in Green 2019, na categoria "Iniciativas Sustentáveis", pela criação de vários circuitos de economia circular do plástico.

Enquanto não se descobrem moléculas alternativas, a solução é recorrer ao plástico reciclado. É justamente o que vem fazendo a Dow, que apresentou, em parceria com a empresa italiana Premi, sua linha de tampas em Surlyn, com 40% de material reciclado.

Para potencializar essa tendência, outra possibilidade é associar o uso de plástico reciclado à redução do peso, como no caso do frasco em rPET da Pinard Emballages, 40% mais leve que um frasco tradicional.

Mas, na medida do possível, o ideal é eliminar por completo o uso de plásticos, como fizeram a Cosmogen e a Texen ao lançarem seus aplicadores de madeira.

Uma coisa é certa: o futuro das embalagens para cosméticos será verde. É pouco provável que o plástico desapareça, mas ele estará disponível em muitos usos e formas diferentes.