O uso do filtro solar deve ser diário, mas é durante o verão, com a maior exposição ao sol, que os brasileiros mais se preocupam com a proteção da pele contra os efeitos da radiação UVA/UVB. Um levantamento realizado pela L’Oréal apontou que nos meses de verão, a venda de protetores solares é cerca de 130% maior que no restante do ano.

Nesta temporada, a categoria abriu mais espaço para os protetores minerais – também conhecidos como filtro físico ou inorgânico. “Os filtros minerais têm como principal mecanismo de ação a formação de uma barreira física sobre a pele, protegendo contra os raios UVA e UVB. A radiação chega à pele e é refletida, sem causar danos às células. O mesmo acontece com a luz visível, muito ligada a manchas na pele”, explica Mirela Seixas, gerente de marketing do segmento médico da Adcos.

Segundo ela, os filtros minerais são uma forma mais segura de proteção por não apresentarem fotoinstabilidade e serem menos sujeitos a alergias e irritações do que as versões químicas. “Os protetores minerais têm sido muito indicados para uso em crianças, gestantes e pessoas de pele sensível ou sensibilizada (por alguma condição clínica, como acne e rosácea, ou procedimento estético, como peeling)”, diz Seixas.

A explicação está na formulação, mais natural do que os produtos mais vendidos no mercado. “Os filtros físicos presentes nos protetores minerais são substâncias naturais de origem mineral, como o dióxido de titânio e o óxido de zinco”, explica Luciana Salvate, gerente científica e de treinamento da Bioderma.

Bioderma foi pioneira no desenvolvimento de protetor mineral para peles oleosas e acneicas

A marca francesa de dermocosméticos foi pioneira em investir no desenvolvimento de fotoprotetores minerais para peles oleosas e acneicas. “Apesar da excelente proteção e segurança, os filtros solares 100% minerais tinham uma textura que dificultava a adesão para esses tipos de pele”, diz Salvate. Ela aponta ainda outro benefício dos protetores minerais. “Eles promovem uma proteção temporariamente maior quando comparado aos químicos ou híbridos”.

O longo período de proteção é o foco do Soleize mineral FPS 66, lançamento da Ada Tina Italy para este verão. “É o único protetor solar mineral do mundo que oferece 12 horas de proteção. O fator mais importante de um fotoprotetor é seu tempo de duração sobre a pele para que não tenha que ser reaplicado inúmeras vezes durante o dia em função da perda da sua eficácia”, afirma o CEO da empresa Maurizio Pupo.

Especializada em dermocosméticos naturais, veganos e sustentáveis, a Bioart também investiu nesse nicho de produto na temporada. A marca que já tinha em sua linha Biosolar um fotoprotetor mineral, apresentou uma nova versão especialmente desenvolvida para crianças e bebês. “O filtro solar físico é sempre a opção mais saudável para a pele e o organismo é de menor impacto para o planeta”, diz a fundadora Soraia Zonta.

Marca brasileira de dermocosméticos com maior portfólio de fotoproteção do país, a Adcos tem atualmente dois protetores minerais, um em textura mousse e outro em formato pó compacto. “Há um grande desafio no desenvolvimento de filtros solares 100% minerais para alcançar proteção eficiente, sem deixar residual branco e pegajosidade. Além disso, o custo é mais alto e o mercado brasileiro tem focado muito em faixas de preço mais agressivas”, declara o gerente de produtos Leandro Menezes.

O CEO da Ada Tina Italy também aborda esse ponto. “Protetores solares físicos podem custar mais do que os químicos, pois a tecnologia empregada para o desenvolvimento destes produtos e o tempo de pesquisa para se chegar a uma solução que agrade ao consumidor, cada vez mais exigente, geralmente costuma ser maior”, diz Pupo.

Para a gerente da Bioderma, há ainda outro motivo que impede a popularização desse produto no Brasil. “Os protetores 100% minerais são menos difundidos porque a maioria das peles por aqui são oleosas e acneicas. Muitos concorrentes trouxeram protetores minerais que, devido à textura, não tiveram sucesso. Acreditamos que esse cenário deve mudar, já que é comprovado cientificamente que os protetores 100% minerais são mais seguros e protegem por mais tempo”, finaliza Salvate.