O Brasil é o segundo maior mercado de perfumaria do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Apesar de bastante consolidada, a categoria ainda mostra grande potencial de desenvolvimento no país. Os perfumes em óleo, famosos no mercado árabe e ainda pouco conhecidos pelos brasileiros, despontam como oportunidade no setor.
“Os perfumes em óleo são muito característicos da perfumaria árabe. Mais do que comuns nesse mercado, eles fazem parte da cultura local. Conhecidos como ‘attar’, são usados há séculos na região, sendo elaborados com matérias-primas nobres, como oud, rosa e âmbar”, afirma Ivana Menezes. Ela é diretora comercial e de marketing BR Brand, importadora de diferentes marcas árabes de perfumaria, incluindo a Khadlaj, que conta com perfumes em óleo no portfólio.
A executiva afirma que em países da Ásia e da Europa, o perfume em óleo vem ganhando espaço, principalmente no segmento de nicho, em que consumidores buscam novas formas de se perfumar. “No Brasil, ainda é uma novidade, mas esse diferencial cultural é um atrativo. O consumidor brasileiro é curioso, exigente e gosta de fragrâncias intensas e de produtos que entregam alta performance. O perfume em óleo se encaixa nesse perfil.”
Categoria distinta dentro da perfumaria
Menezes explica que os perfumes em óleo são muito mais concentrados que as fragrâncias tradicionais de base alcoólica. “O perfume em óleo da Khadlaj, por exemplo, possui 92% de concentração, enquanto um EDP (Eau de Parfum) tem cerca de 15 a 20% e um EDT (Eau de Toilette), entre 10 a 14%.” Por isso, para ela, os perfumes em óleo devem ser considerados uma categoria distinta.
“Enquanto os EDPs e EDTs utilizam álcool para difundir rapidamente a fragrância e criar projeção, os perfumes em óleo fixam-se mais na pele, liberando a fragrância de forma gradual e com longa duração. O rastro é mais intimista e a evolução acompanha o calor do corpo, apresentando notas mais puras e fiéis.”
Ela destaca a possibilidade de os perfumes em óleo serem utilizados como primer ou booster e fala sobre a experiência sensorial proposta por esses produtos, geralmente apresentados em formato conta-gotas. “O gesto de aplicação, mais lento e como um ritual, transforma a perfumação em um momento de autocuidado, algo cada vez mais valorizado. O perfume em óleo tem tudo para conquistar espaço no mercado de nicho e, em um segundo momento, até no mainstream.”
Perfume em óleo “made in Brazil”
Quando lançou a linha Alta Perfumaria, no segundo semestre de 2024, a Natura incluiu um perfume em óleo na coleção. “Ao ampliarmos nosso portfólio e ingressarmos no universo da perfumaria em óleo, apresentamos ao mercado brasileiro um novo gestual de perfumação, marcado por um sensorial único, uma explosão olfativa, alta durabilidade e potência”, afirma Débora Gentil, gerente de marketing da “Casa de Perfumaria do Brasil”.
Ela reforça que Natura 379 Benjoim Cumaru pode ser utilizado sozinho ou combinado com outras fragrâncias. “Ele faz um convite à construção de uma perfumação em camadas, o layering, criando uma assinatura olfativa exclusiva. A combinação do óleo, que possui moléculas mais densas e, consequentemente, menos voláteis, com o perfume alcoólico, com notas mais de explosão e dissipação, é a garantia de um perfume autoral, com alto potencial olfativo e extrema durabilidade.”
Para Gentil, o perfume em óleo ainda é pouco explorado no mercado brasileiro e ela acredita no grande potencial da nova categoria no Brasil. “A Natura tem orgulho de ser pioneira nesse formato dentro da perfumaria nacional. Esse tipo de perfumação tem se destacado nos veículos de tendência mundial e por especialistas como uma grande aposta de consumo.”
A gerente de marketing diz que não pode antecipar lançamentos da marca, mas conta que existe um movimento muito positivo na Natura de explorar novas fragrâncias da perfumaria em óleo.


















