O ozônio (O3) é um gás com propriedades antisséptica, anti-inflamatória e analgésica, conhecido por melhorar a oxigenação dos tecidos e fortalecer o sistema imunológico. Utilizado há muitos anos para fins medicinais, o ativo tem atraído o interesse da indústria cosmética brasileira. Constituído por três átomos de oxigênio (O2), o ozônio é uma molécula bastante reativa e instável, por isso, em formulações de cuidados pessoais, o mais comum é incorporá-lo em óleos vegetais.

É o caso da Philozon, que há mais de 20 anos trabalha com ozônio e desenvolveu a linha de dermocosméticos Ozoncare, com produtos para face, corpo, cabelos e itens de higiene pessoal, como espuma de limpeza íntima e creme dental. “Utilizando o ozônio associado a ingredientes limpos e eficientes, nossa linha nasceu para causar um impacto positivo na saúde das pessoas”, afirma Leticia Philippi, farmacêutica e CEO da empresa.

Ela conta que o insumo confere diversos benefícios para os cosméticos, tanto a para a atividade antimicrobiana quanto para a regeneração tecidual. “O ozônio atua na melhora da microcirculação, oxigenação e suprimento de energia das células. Estudos indicam que também aumenta a atividade dos fibroblastos, que produzem elastina e colágeno, conferindo assim elasticidade e firmeza à pele”.

Nos produtos Ozoncare o ozônio é incorporado sempre ao óleo de girassol ou ao óleo de oliva. “Somente alguns óleos vegetais possuem a composição química adequada para passarem pelo processo de ozonização. Os óleos ozonizados são obtidos a partir da reação química entre o ozônio e os ácidos graxos insaturados presentes nestes óleos vegetais”, explica Philippi.

Especializadas em dermocosméticos ozonizados, a Oxi3 utiliza uma variedade maior de óleos vegetais como agentes carreadores de ozônio, como o de amêndoas doce, semente de uva e calêndula. “Os óleos passam por um processo em que o gás é introduzido sob pressão e temperatura adequadas, dando origem a novos elementos: os peróxidos e ozonídeos. Muito mais estáveis, são eles os responsáveis pela retenção do ozônio no óleo”, explica a gerente comercial Bruna Lisbôa.

Ela lembra que a marca surgiu após uma viagem dos fundadores à Itália, onde conheceram os produtos à base de óleos ozonizados, trazendo a tecnologia para o Brasil. “Identificamos de imediato que se tratava de algo que poderia ganhar muita escala e popularidade no país, já que as pessoas buscam opções cada vez mais saudáveis e naturais”.

A produção da Oxi3 é ampla, com linha capilar, corporal e facial, além de óleos multifuncionais nanozonizados. Mas Lisbôa ressalta: o ozônio pode ser aplicado em muitos cosméticos, no entanto, não são todos em que o ativo reage da forma desejada. “Os produtos adequados para utilizar ozônio são os que levam óleos em suas emulsões, preferencialmente os que formam emulsões em que os óleos podem ser acrescidos a frio ou durante o processo de resfriamento rápido. Um bom exemplo em que o ozônio não se adequa é o protetor solar, já que o ozônio perde suas propriedades quando exposto a temperaturas altas, não trazendo seus benefícios se utilizado no calor da praia”, afirma a gerente.

Oxi-3 trouxe tecnologia da Itália

Outra empresa brasileira que faz uso de ozônio é a Meu Q, com fórmulas personalizadas para o cuidado dos cabelos. “Todos os produtos da marca são feitos com água ozonizada”, diz o sócio Dimitri Ribeiro. “O ozônio é um dos mais poderosos oxidantes para o tratamento de água. Com ele, conseguimos ter uma água sem grandes variações de minerais, padronizando a qualidade de entrega dos nossos produtos”, justifica.

Para Lisbôa, o mercado de cosméticos ozonizados deve ganhar mais atenção no Brasil. “Nossa expectativa para os próximos anos é muito grande. O ozônio é um marcador de evolução em cuidados pessoais e estamos dispostos a evoluir ainda muito mais nesta área”.