Com mais de 2.5 milhões de seguidores no Instagram e presente na lista da Forbes das mulheres mais poderosas do Brasil em 2020, Camila Coutinho criou em 2006, ainda na adolescência, o Garotas Estúpidas. O pioneiro blog de moda do país foi também um dos primeiros negócios digitais a fazer sucesso por aqui.
Há cerca de três anos, uma marca de cosméticos usou indevidamente o nome do blog para lançar uma linha de haircare – Garota Estúpida. “Estava vendendo muito”, relata Coutinho. “Rapidamente conseguimos tirá-la do mercado, mas esse episódio acendeu uma luzinha na minha cabeça: aquilo poderia ser bem interessante para mim”, afirma.
“Eu já estava bem estabilizada com meus negócios. Sempre fiz muitas linhas de licenciamento e tive bons contratos com marcas de cabelo. Estava tranquila em fazer essas colaborações, deixando o desenvolvimento dos produtos para pessoas especializadas. Mas esse caso de plágio me inseriu nesse universo e eu me apaixonei”, ela revela. “Sem contar que cabelo é um mercado gigante para as brasileiras. A gente ama”.
Coutinho apresentou no mês de setembro a sua nova empreitada, a GE Beauty. A marca vegana de haircare segue os conceitos de clean beauty, com produtos formulados com ativos naturais, cruelty free e livres de sulfatos, silicones, parabenos, corantes e conservantes. As embalagens são recicláveis e produzidas com plástico “verde”, derivado da cana-de-açúcar. “Esses eram pontos padrão para a marca e a gente não abriria a mão”, diz.
Mas o grande diferencial da GE Beauty está em sua proposta customizável. O xampu neutro, a máscara condicionadora e o leave-in servem de base para as quatro opções de boosters que completam a linha, com ações hidratante, de definição, antioxidante e fortificante. A ideia é que os consumidores criem suas próprias combinações, de acordo com sua vontade e a necessidade momentânea dos fios.
"A gente sabe que, na vida real, não existe fórmula ideal que sirva a todas as pessoas. Por isso, queremos que cada um possa dar ao seu cabelo exatamente o que ele precisa”, afirma a fundadora e CEO da marca. Ela conta que sempre se incomodou com soluções que são pré-definidas pelo mercado e produtos que “entregam problemas” (cabelos danificados, quebradiços, ressecados, etc) e não soluções. “Eu sentia falta de uma marca que levasse as mulheres a conhecerem melhor e aceitar seus cabelos, que pudessem variar e se divertir com eles, descobrindo quantas facetas eles poderiam ter”.
Para a empresária e influenciadora, a customização já é uma realidade no mercado de beleza, especialmente nos segmentos de skincare e, mais recentemente, haircare. Mas ela não queria apostar na mesma fórmula adotada por startups como a JustForYou e Meu Q., que customizam produtos para os cabelos, mas já os entregam prontos para os consumidores.
“A grande sacada da customização da GE Beauty é que, quando você adquire o kit com os sete produtos, você tem na sua casa infinitas variações. Você não tem que comprar uma linha fortificante e uma outra que seja hidratante, por exemplo. Você tem todas as linhas em uma só e isso é muito especial”, opina Coutinho.
Todos os itens da marca foram desenvolvidos em parceria com a Chemyunion, indústria química brasileira com mais de 30 anos de mercado. “Levamos a ideia do que queríamos para a linha e eles viabilizaram os produtos, saindo exatamente da maneira que eu esperava. Eu fui bem presente em todos os processos de criação da GE Beauty] e neste não poderia ser diferente”, finaliza.