Lançado em setembro do ano passado pelos grupos Henkel, L’Oréal, LVMH, Natura &Co e Unilever, o projeto ganhou forma com a criação de uma aliança que se propõe a desenvolver um sistema mundial de avaliação e classificação do impacto ambiental de produtos cosméticos.

O EcoBeautyScore Consortium já reúne 36 empresas e associações, pequenas ou grandes, originárias de quatro continentes [1]. O número de membros deverá aumentar com a adesão de outras entidades.

Avaliar o impacto ambiental dos cosméticos

Segundo seus fundadores, o EcoBeautyScore Consortium tem como objetivo ajudar os consumidores a escolherem produtos de higiene e beleza mais sustentáveis. Para dar forma concreta a essa proposta, eles decidiram criar um sistema de rating aplicável a toda a indústria, com base numa metodologia científica unificada, a fim de fornecer aos consumidores informações "claras, transparentes e comparáveis" sobre o impacto ambiental dos produtos.

O novo sistema de avaliação e classificação levará em conta a fórmula, a embalagem e a utilização dos produtos.

Metodologia e base de dados definidas conjuntamente

Para garantir um enfoque sólido e científico na construção conjunta do método de avaliação e do sistema de rating, o consórcio trabalha com a agência de consultoria Quantis. Especializada em questões de desenvolvimento sustentável, há quatro anos essa agência lançou o projeto SPICE (sigla de Sustainable Packaging Initiative for CosmEtics) em colaboração com a L’Oréal.

A medição do impacto ambiental ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos terá como base os princípios de Product Environmental Footprint (PEF), método científico usado pela União Europeia com base na análise do ciclo de vida dos produtos. Para completar, serão implementadas bases de dados comuns a todos os membros, reunindo informações sobre o impacto ambiental dos ingredientes presentes nas fórmulas e dos materiais usados nas embalagens.

Primeiro protótipo até o final do ano

Os 36 membros do EcoBeautyScore Consortium já deram início à colaboração, organizando o trabalho em grupos temáticos. Até o final de 2022, deverá ser lançado um protótipo de rating relativo à pegada ambiental dos produtos. A ferramenta fornecerá, inicialmente, um rating ambiental para uma seleção de categorias de produtos. Em seguida, esse resultado será avaliado por organismos independentes. O consórcio declarou que serão também consultados especialistas externos, em particular cientistas, acadêmicos universitários e ONGs, "a fim de garantir que o processo seja o mais inclusivo possível".