Antes da próxima rodada de negociações em agosto sobre um tratado internacional para reduzir a poluição por plástico, ministros de 95 países fizeram um apelo simbólico por um tratado vinculativo que limite a produção de plástico e elimine gradualmente os produtos químicos nocivos.

"Pedimos a adoção de um objetivo global para reduzir a produção e o consumo de polímeros plásticos primários a níveis sustentáveis", escreveram os signatários da declaração.

"Uma mensagem clara"

"Esta declaração envia uma mensagem clara e forte: não desistiremos", disse a ministra do Meio Ambiente da França, Agnes Pannier-Runacher, na Conferência dos Oceanos da ONU em Nice, no sul da França, onde a declaração foi emitida. "Isso é mentira, nós não podemos apoiar essa mentira", acrescentou.

"Queremos enviar uma mensagem clara ao mundo. Não aceitaremos qualquer tratado baseado em soluções falsas", declarou a ministra de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, Lena Estrada.

A secretária mexicana de Meio Ambiente, Alicia Bárcena, afirmou que a declaração assinada "é fundamental, já que envia um sinal muito forte".

"Não aceitaremos qualquer tratado baseado em falsas soluções. Proporemos o tratado de que precisamos. Um tratado que não reduza a produção de plástico será uma tábula rasa", acrescentou.

Negociações serão retomadas em agosto

Os países signatários representam mais da metade dos 170 Estados que participam desde 2022 da negociação de um tratado sobre o plástico.

As negociações serão retomadas em Genebra no início de agosto. A última sessão foi concluída sem sucesso em dezembro passado em Busan, na Coreia do Sul, após o surgimento de um bloco de países principalmente produtores de petróleo (Arábia Saudita, Rússia, Irã, etc.) contrário a qualquer limite na produção mundial.

A produção de plástico aumentou de 2 milhões de toneladas em 1950 para 413,8 milhões de toneladas em 2023, e os plásticos representam mais de 80% dos resíduos aquáticos identificados, de acordo com o Starfish Ocean Barometer.

Milhões de toneladas de plástico se infiltram todos os anos nas massas de água, nos alimentos e até no corpo humano na forma de microplásticos.