De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o tipo de pele mais comum no país é a mista, com aspecto oleoso e poros dilatados na chamada “zona T” – testa, nariz e queixo. Também bastante frequente entre os brasileiros, a pele oleosa confere característica mais brilhante e espessa por causa da produção maior de sebo. Com tendência à acne e poros dilatados, pode ser resultado de herança genética, fatores hormonais, excesso de sol, estresse e até uma dieta rica em alimentos gordurosos. Juntas, peles mistas e oleosas representam cerca de 80% da população brasileira.
Para atender à necessidade desse grande público, começa a crescer no Brasil a oferta de hidratantes faciais em gel. A Nivea foi uma das empresas que investiu recentemente nesse formato. “A textura em gel foi desenvolvida especialmente para hidratar a pele oleosa, pois é 100% livre de óleos”, afirma Elisa Sister, gerente de marketing da categoria facial da Nivea.
Desenvolvido com ácido hialurônico e pepino, o produto promete refrescância e hidratação por até 24 horas. “A fórmula é muito mais leve que a de um hidratante em creme e, uma vez que ela é absorvida rapidamente, não deixa brilho, mas uma sensação de pele limpa, saudável e pronta para a maquiagem. Além disso, a fórmula é não comedogênica, deixando os poros desobstruídos”, diz Sister.
A marca de cosméticos naturais Unevie também lançou seu primeiro hidratante facial em gel. “Pensando no clima tropical, que provoca transpiração e oleosidade no decorrer do dia, chegamos à conclusão de que a melhor opção seria o gel”, afirma a fundadora Andréia Munhoz. Para o uso diurno, o produto é formulado com hidrolatos de gerânio, mulateiro, hamamélis, melaleuca e lavanda, além da vaselina vegetal, o que, segundo a empresária, não obstrui os poros, mas forma uma camada que retém a hidratação natural da pele.
Para ela, o hidratante facial em gel deve conquistar mais espaço no país. “O consumo de hidratantes em creme – mesmo por pessoas com tendência à pele oleosa – é uma questão cultural, um hábito que está enraizado. Mas já existem no mercado hidratantes em gel com excelentes ativos e resultados. Penso que vieram para ficar”, opina Munhoz.
A gerente da Nivea também aposta no crescimento da categoria. “De acordo com uma pesquisa que realizamos para entender a aceitação do produto, 97% das mulheres que provaram o nosso novo hidratante facial em gel afirmaram que tinham a intenção de comprá-lo. O mercado brasileiro de produtos faciais ainda está se desenvolvendo. Por isso, formatos inovadores ainda são novidade, mas tendem a avançar rápido com a maioria da população tendo pele oleosa”, diz Sister.
Do outro lado dessa história está a Bio-Oil, que também acaba de lançar um hidratante em gel, mas para peles secas. “As emulsões de mercado, como cremes, loções e manteigas corporais, são feitas com cerca de 70% de água. Isso significa que quando você usa uma emulsão, a maior parte dela, a água, simplesmente evapora ao entrar em contato com a pele, sendo inativa no tratamento para pele seca”, explica a gerente de marcas de cuidados Fernanda Faria.
A Bio-Oil se empenhou em criar um produto diminuindo ao máximo a porcentagem de água da fórmula. “Remover completamente a água não era uma opção porque umectantes, muitos dos quais são em pó, só se dissolvem em água”. Depois de muitos testes, a composição final chegou a 3% de água. “Substituímos a água inativa dessas formulações por óleos e manteigas, que são 80% do hidratante. Entregue em textura em gel, ele tem fácil aplicação e confere à pele seca um frescor imediato”, diz Faria.
Para ela, a inovação para peles secas também deve ganhar mercado. “Hidratante em gel é uma novidade no mundo. Acreditamos que à medida que essa experimentação aumentar, o mercado passará a olhar para esta tecnologia”, finaliza.