Quando se tornou vegana e passou a ter um estilo de vida mais saudável, a publicitária Sté Gustavson percebeu que consumir maquiagens tradicionais não fazia mais sentido em sua rotina. Foi assim que começou a estudar e desenvolver seus próprios produtos cosméticos e decidiu criar uma marca de maquiagens naturais e veganas.
Com um investimento inicial de R$ 500, ela lançou a AmoKarité em 2019 e o resultado foi surpreendente. “No primeiro ano da loja virtual, eu vendi R$ 400 mil reais, um crescimento que eu não estava esperando, e foi após esse ‘boom’ que pudemos abrir nossa fábrica, localizada em Gonçalves, no Sul de Minas Gerais, e ampliar a equipe”, diz a sócia-fundadora.
Em 2021, Clara Klabin entrou na sociedade. Vinda de uma família que trabalha com papel (a Klabin S.A. é a maior produtora e exportadora de papéis do Brasil) ela apresentou a Gustavson opções de embalagens para suas maquiagens sólidas e cremosas confeccionadas com matéria-prima biodegradável e com certificação sustentável. “A chegada da Klabin nos trouxe esse conhecimento em sustentabilidade para podermos inovar e aumentar nosso mix de produtos para atendermos a diversos públicos”, afirma a empreendedora.
Faturamento é duplicado ano a ano
Em 2022, o faturamento da AmoKarité foi de RS 1.2 milhão e para esse ano a previsão é de superar os R$ 2 milhões. “Sabemos que a demanda por maquiagem natural é grande e temos uma linha muito completa e com preços acessíveis em comparação a outras marcas do segmento, por isso, acredito que possamos multiplicar o faturamento a cada ano”.
Para isso, ela conta que a empresa vem melhorando sua presença online, tanto nas mídias sociais – “uma importante ferramenta para se aproximar de potenciais clientes, ensinar e dialogar” – quanto nas lojas virtuais. Além do e-commerce para os consumidores, a AmoKarité tem um segundo comércio eletrônico focado apenas em revendedores. “Tínhamos 30 revendedores no final de 2022. Em julho de 2023, esse número já tinha saltado para 130 e queremos aumentar ainda mais”, diz a fundadora.
Há poucos meses, a marca conquistou a patente brasileira de maquiagem sólida sem embalagem. “Isso significa muito. Primeiro porque somos uma empresa muito jovem, criada e administrada por mulheres e sabemos que o percentual de mulheres que têm patente não chega a 20% no mundo. E inovar nesse mundo dos cosméticos, que tem empresas gigantes e centenárias, é realmente uma grande conquista”, afirma Gustavson.
Patente dá direito a explorar maquiagem sólida sem embalagem por 20 anos
Com a patente, a AmoKarité deterá o direito comercial exclusivo por 20 anos de maquiagem sólida sem embalagem. “Temos um oceano azul gigante para trabalhar e propor mudanças de hábitos, ensinando novas formas de se fazer o que fazíamos no passado. Porque um batom que usamos por um ano, por exemplo, terá sua embalagem no meio ambiente por centenas de anos. Estamos aqui para mudar essa realidade”.
Além de chegar às lojas físicas da rede Mundo Verde no Brasil neste ano, a AmoKarité também deve começar a ser exportada para a Europa até o final de 2023. “O comércio externo é muito importante na nossa estratégia, porque o consumidor europeu já está muito acostumado com a maquiagem natural e há uma demanda gigante por esses produtos. É um mercado onde vamos ter uma abertura maior do que no Brasil e isso também é uma possibilidade de fortalecer ainda mais a marca”, diz a fundadora.
Ela conta que Espanha e Portugal são os primeiros destinos internacionais. “Depois, vamos seguir para outros países da União Europeia e temos muita vontade de entrar nos Estados Unidos, que é um mercado enorme, com uma procura cada vez maior por produtos naturais e veganos. Eles estão mudando seus hábitos e queremos muito fazer parte disso também”.