Fundada pela ativista ambiental e de direitos humanos Anita Roddick, a marca inglesa de cosméticos naturais The Body Shop defende causas e apoia comunidades há mais de 45 anos. Adquirida pelo grupo Natura & Co em 2017, a empresa iniciou um processo de rejuvenescimento, para o qual foi planejado um novo modelo de loja, interativo e ativista, batizado de “workshop”.

Paula Andrade, vice-presidente de varejo de Natura & Co

A loja workshop representa a marca tanto na arquitetura, quanto na mensagem e na expressão no ponto de venda. Sua ideia é colocar o cliente em destaque e estimular as experiências coletivas. Nesse ambiente, ele pode aprender sobre autocuidado, sobre a origem e história dos nossos produtos, além de lições de ativismo que fazem parte do propósito da The Body Shop”, afirma Paula Andrade, vice-presidente de varejo do grupo Natura & Co.

O conceito é inspirado em um ateliê de artesões, com uso de materiais naturais, reciclados e reutilizados no projeto, o que reforça sua proposta de ser um “hub de ativismo dedicado às causas”, segundo a executiva. Além de espaços interativos dedicados a linhas icônicas, como Tea Tree e Body Butter, há no centro do ambiente uma pia redonda para experimentação dos produtos, “representando a coletividade da marca”. Os clientes podem ainda personalizar embalagens de presentes e conferir exposições itinerantes de artistas locais.

A loja workshop foi inaugurada em 2019, em Londres. Atualmente, são mais de 60 pontos, distribuídos em 18 países. No Brasil, a primeira unidade foi instalada em meados do ano passado em um shopping da cidade do Rio de Janeiro. “Trazer esse novo modelo para o país é importante. A chegada da workshop no Brasil vai ao encontro com a retomada do varejo pós Covid-19 e com um olhar de mais experiências e conexões que o consumidor busca nas lojas físicas”, diz Andrade.

A executiva lembra também que a nova loja coincidiu com os sete anos da The Body Shop no Brasil. “Começamos com a entrada da marca no país como Empório Body Store, o refit das lojas e a ressignificação de produtos exclusivos para o brasileiro, como a linha Lolita. O Brasil é um mercado desafiador para marcas de cosméticos internacionais, mas acreditamos no seu potencial de crescimento e vemos isso refletido a cada ano. Somos o país com maior número de lojas e o único que produz parte do portfólio no localmente”.

Ela ressalta outro ponto relevante no país. “Encontramos aqui um consumidor engajado com as causas propostas pela marca – como sua completa veganização em 2023. Na campanha mundial da marca contra testes em animais, arrecadamos 8 milhões de assinaturas e o Brasil esteve no ‘top 5’ das arrecadações”, cita.

Por isso, a executiva revela que outras unidades workshop devem ser abertas no país em breve. “Temos planos robustos de expansão e reformas para os próximos três anos. Em 2022, visamos novos pontos no Sudeste. No entanto, a ideia é trazer todas as lojas para esse novo modelo e expandi-lo em todo o Brasil e o mundo”.

As workshops seguem em todo o mundo o mesmo padrão estético, mas a vice-presidente destaca uma diferença. “Buscamos valorizar o ativismo local. Nossa visão ativista é global, mas entendemos que primeiro é necessário agir localmente, com conteúdos relevantes para cada realidade. Por isso, queremos sempre trazer mensagens importantes para nossos territórios e regiões, dando esse tom único para as lojas”.