A alteração pode parecer sutil, mas vem carregada de significados. Depois de oito anos de operação, a L’Occitane au Brésil pode ser chamada simplesmente de L’Occitane Brasil. “Queremos aproximar a marca dos brasileiros e fazer com que eles conheçam a linda história que ela vem construindo no país”, afirma o diretor de marketing Bruno Bettencourt.
Mudança informal
A pronúncia francesa que atrapalhava – e até constrangia – consumidores, vendedores e parceiros ficou de lado. “Isso se mostrou um impeditivo para as pessoas estarem mais próximas da marca e considerá-la entre as mais queridas do nosso mercado de cosméticos”, pondera o executivo. “Não há mudança no nome, mas na forma que nós, brasileiros, fazemos referência a ela. Agora podemos dizer ‘L’Occitane Brasil’ e, embora a escrita se mantenha no bom francês, isso reforça nosso posicionamento de ser uma marca com ‘alma francesa e coração brasileiro’”.
Ao adotar “Brasil” em seu nome, mesmo que extraoficialmente por ora, a empresa franco-brasileira do Grupo L’Occitane se afasta da imagem da marca mãe da Provence. “A ideia é fomentar a compreensão clara sobre as diferenças entre as duas marcas. Muitas pessoas ainda vão às lojas de L’Occitane en Provence acreditando estar em uma loja L’Occitane au Brésil, por isso têm uma imagem incorreta sobre o portfólio, preços e ingredientes dos produtos”, explica Bettencourt.
Enfatizar a brasilidade da marca
A simplificação na pronúncia também faz com a que a empresa assuma sua brasilidade e o trabalho que vem realizando no país. “A marca mantém atualmente 28 cadeias produtivas no Brasil, com patentes relacionadas a ingredientes que muitos brasileiros nem conheciam. Nós também exploramos outras questões culturais que são riquezas brasileiras, como artistas e designers locais, música, diversidade e as diferentes formas de expressão típicas do país”. Com a inauguração da fábrica em Itupeva (SP), em junho de 2019, a operação passou ser totalmente local e 100% do portfólio é agora produzido no Brasil.
Para se mostrar mais acessível ao público, a L’Occitane Brasil também apostou em um time diverso de embaixadoras, incluindo nomes como a atriz “global” Grazi Massafera e a musa da escola de samba Vai-Vai Ivi Mesquita. A mais nova contratada pela marca é Juliette Freire, advogada e maquiadora, que virou fenômeno de popularidade ao vencer a última edição do reality Big Brother Brasil. Nordestina, teve sua imagem associada ao cacto durante o programa.
“A Juliette explodiu nas redes sociais após a vitória do BBB e colocou o Mandacaru no coração do Brasil. Nossa história no Brasil foi justamente iniciada pela cadeia produtiva do Mandacaru, sendo uma linha icônica da marca com um portfólio completo de produtos focados em hidratação. Acreditamos que trazê-la para a marca e divulgar o que chamamos de ‘história verdadeira’ do Mandacaru seria muito assertivo”, diz o diretor de marketing.
Estratégia de reestruturação
Segundo ele, as quase 40 lojas que foram fechadas em 2020 faziam parte da estratégia de reestruturação da marca. “Nós fizemos ajustes há um tempo para poder seguir crescendo e expandindo nos anos seguintes. Ganhar rentabilidade é um fator crítico de sucesso, principalmente em um mercado tão concorrido e com tantos desafios econômicos e políticos como é o nosso Brasil. Mesmo com um número menor de lojas, os resultados apontam para um alto crescimento, o que nos dá a certeza de estarmos no caminho certo”.
Para 2021, a previsão é de expansão, com a abertura de 12 lojas. A empresa também deve investir em novos spas – o primeiro foi inaugurado no final do ano passado. “O spa é um formato em que elevamos a experiência do consumidor, oferecendo serviços que complementam e reforçam nosso posicionamento e que proporcionam uma forma apaixonante de conhecer nossos produtos e nossa marca”.