Celso de Moraes, CEO da Mundo do Cabeleireiro

Celso de Moraes, CEO da Mundo do Cabeleireiro

Em 1993, uma pequena loja de cosméticos abriu as portas em uma rua do centro de Recife, em Pernambuco. Grande parte do seu público era formada por profissionais de beleza, que iam até o estabelecimento comprar os produtos que usariam nas clientes de seus salões. Esse é o início da história da Mundo do Cabeleireiro, hoje, umas das maiores redes multimarcas do segmento no Brasil.

Nascemos com lojas de rua, mas depois criamos o modelo ‘prime’ para o público AB, e num terceiro momento, vieram as lojas de shopping”, afirma Celso de Moraes, CEO da Mundo do Cabeleireiro e filho da fundadora, Helena Carneiro. “Continuamos a abrir unidades nos três modelos, dependendo das oportunidades que vão surgindo”.

Apesar do nome, cabeleireiros e outros profissionais de salão representam apenas 5% das vendas atuais.Há 26 anos, existiam poucas indústrias de cosméticos no Brasil. O cliente tinha que escolher entre seis ou sete marcas disponíveis, geralmente multinacionais, como Wella, Seda e L’Oréal. Com a proliferação de novas marcas e produtos diferentes, a loja se tornou mais atrativa para o consumidor final, enquanto que o profissional passou a comprar em outros canais, internet, atacados e venda direta”, explica.

Com a ampliação do mercado de beleza no Brasil, a relação da rede com seus fornecedores também mudou. “As grandes indústrias começaram a direcionar sua atenção e recursos para as principais redes de supermercados, farmácias e atacados. Isso nos levou a priorizar negócios com os pequenos e médios fornecedores, que nos olhavam de igual para igual, tornando a relação comercial muito melhor”, diz Moraes, que trabalha atualmente com cerca de 200 fabricantes.

Marina Moraes, vice-presidente da Mundo do Cabeleireiro

Marina Moraes, vice-presidente da Mundo do Cabeleireiro

Segundo o CEO, que dirige a empresa ao lado da irmã, Marina Moraes, as marcas de massa continuam no portfólio - que soma mais de 9000 itens, entre produtos para o cabelo, maquiagem, esmaltes, cuidados pessoais, acessórios e eletrônicos, como secadores e pranchas para os fios. “Essas marcas estão na loja, apenas não têm o destaque que tinham antes. Nossa curadoria é feita com base nos 26 anos de experiência no ramo, pesquisa de mercado, ouvindo os clientes e sempre procurando trazer lançamentos e inovações para as prateleiras”.

Depois de se consolidar no estado de Pernambuco, a rede escolheu a cidade de São Paulo – a mais de 2500 km de Recife – para seguir com seu plano de expansão. Um escritório foi instalado e a primeira loja abriu em junho de 2016, no Shopping Tatuapé.

Desde então, foram muitas outras inaugurações, em diversos shoppings da capital e de cidades da região metropolitana, como Osasco, Barueri e Taboão da Serra. “Os mercados pernambucano e paulista são diferentes. O mix de produtos teve que ser adaptado e passamos mais de um ano para entender bem o ambiente. Mas a decisão de se estabelecer em São Paulo foi uma aposta que deu certo”, comemora Moraes.

A rede investe agora no interior do estado. Nos últimos meses foram abertas unidades em Ribeirão Preto, São José dos Campos e Piracicaba, e outras cidades paulistas já estão nos planos da empresa, como Jundiaí e Campinas.

A Mundo do Cabeleireiro fechou 2019 com mais de 50 lojas em operação. “Para os próximos anos, queremos manter o ritmo de crescimento forte dos últimos anos para chegarmos as 100 lojas em breve”, afirma o CEO. As vendas vão ultrapassar os R$ 200 milhões e a expectativa é de que, com a expansão em 2020, o faturamento cresça 40%.