No plano de ação para o quinquênio 2025-2030, apresentado em setembro, a Givaudan manifestou sua determinação em oferecer uma resposta qualitativa à forte demanda por perfumes. Segundo a empresa, não são apenas as marcas de fragrâncias de nicho que se mostram prolíficas e ávidas por produções olfativas audaciosas: também as grandes empresas do setor buscam constantemente atualizar os principais produtos, ampliando suas coleções exclusivas. Essa efervescência se deve sobretudo a uma característica única do perfume: sua natureza emocional, bem mais que puramente funcional.
Porta de acesso ao universo do luxo e do sonho, o segmento de perfumes é, há muitos anos, a categoria mais dinâmica do mercado de beleza. "Nossa responsabilidade como fabricante é oferecer qualidade e inovação ao consumidor, de forma que o perfume continue sendo um objeto de desejo", analisa Xavier Renard, diretor mundial da divisão de Perfumaria Fina da Givaudan.
Antecipar-se às tendências do mercado mundial
Após cinco anos de intenso crescimento – com as vendas registrando um aumento de dois dígitos, puxado pela crescente sofisticação do setor –, o mercado de perfumes vem dando sinais de uma certa estabilização. "Nos Estados Unidos, por exemplo, o segmento de luxo registrou, no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 6% em termos de valores e de 2% a 3% em volume de vendas", ressalta Xavier Renard.
Em contrapartida, o mercado de massa cresceu 17% nesse mesmo período. Embora a categoria Alta Perfumaria não tenha sido afetada por esse fenômeno, é fato que parte dos consumidores do segmento de luxo parecem estar migrando para o mercado de massa, movidos pela queda do poder de compra.
Outro elemento importante é que o segmento de marcas de prestígio também vem perdendo terreno para as marcas do Oriente Médio. Atualmente em plena expansão, essas marcas oferecem produtos criados por grandes perfumistas por um custo razoavelmente acessível. O modelo vem seduzindo consumidores bem-informados que buscam produtos de qualidade.
Novos horizontes
Nos últimos cinco anos, a indústria de perfumes conquistou novos horizontes geográficos, em especial a Ásia. Além disso, ganhou novos circuitos de distribuição (e-commerce, redes sociais etc.) e seduziu novos consumidores. "Em 2024, observamos um aumento de 22% nas compras de perfumes por clientes das gerações Z e Alpha", revela Xavier Renard. Uma faixa etária na qual as marcas têm grande interesse. "Por isso, a indústria tem o dever de educar o jovem consumidor, criando produções olfativas de qualidade, que sejam memoráveis, difusivas e remanescentes", explica o dirigente.
O setor de perfumes deve ganhar 350 milhões de novos consumidores nos próximos três anos. É absolutamente crucial compreender o perfil e os anseios desse público, bem como sua origem (Ásia, Estados Unidos, América Latina, Oriente Médio ou outras regiões). Essa estratégia já começou a ser desenvolvida em 2023, com o evento What Is Love, no qual a Givaudan apresentou sua visão das necessidades da geração Z.
Perfumistas como motores da estratégia criativa
Num cenário de grandes mudanças, a estratégia da Givaudan consiste em colaborar tanto com o segmento de luxo como com os setores de Alta Perfumaria, Fine Beauty, Specialty Retail e vendas diretas (um canal muito desenvolvido na América Latina).
Atualmente, a Givaudan detém entre 22% e 25% de participação de mercado em cada segmento. Uma repartição justa, que protege o fabricante de fragrâncias dos altos e baixos da conjuntura econômica e geopolítica. "Seja qual for o segmento, a estratégia deve basear-se na qualidade, na coerência entre a marca e o perfumista e no cumprimento das promessas feitas ao consumidor. Esse alinhamento é indispensável ao sucesso de todo lançamento, como no caso da fragrância Guidance d’Amouage, da Quentin Bisch. Por isso, é fundamental proporcionar uma bolha de criatividade aos perfumistas", observa Xavier Renard.
Para oferecer soluções de alta qualidade e atender às diversas demandas do mercado, a Givaudan conta principalmente com o talento de sua equipe Fine Fragrance. Esse time internacional de 42 perfumistas foi recentemente ampliado com a chegada de Fanny Bal, Margherita Carini e Alexis Grugeon. Quase metade da equipe trabalha em Paris.
A diversidade desses talentosos profissionais, cada um com seu know-how e sua assinatura olfativa, é o que faz, segundo a Givaudan, a força de uma equipe capaz de inovar e gerar valor para as marcas, buscando o inédito a fim de evitar o fenômeno de erosão. Esse grande diferencial, a empresa deseja desenvolver com a contratação de novos profissionais e a formação de jovens talentos em sua Escola de Perfumaria.
Além dos perfumistas, "sem os quais nada seria possível", como frisa Xavier Renard, a criatividade da Givaudan é fruto também de seu repositório de ingredientes e da qualidade dos insumos naturais utilizados, bem como de novas moléculas sintéticas. Desenvolvidas em conformidade com a legislação, elas abrem novas perspectivas olfativas. "É graças a esses ingredientes que os perfumistas conseguem inovar num mercado extremamente saturado, criando as grandes fragrâncias de amanhã", conclui o dirigente.















