A história de Eliane Dalla Vecchia com o mundo dos cosméticos começou de maneira informal, revendendo pela internet maquiagens que comprava da China. “Era o início do batom líquido no Brasil e só tinha uma marca produzindo no mercado. Comecei a trazer esse produto de fora. Eles custavam R$ 10, eu vendia por R$ 20 e explicava que chegariam em dois meses na casa das clientes. A demanda só aumentava e foi assim que decidi criar uma marca”.
A Dalla foi fundada em 2016, na cidade de Goiânia (GO), mas o endereço da sede logo foi alterado. “O crescimento da Dalla foi muito rápido. Como nossa produção era em São Paulo, não fazia mais sentido ficar em Goiânia. Então, em 2018, nos mudamos para São Paulo e isso nos impulsionou ainda mais, porque a facilidade de estar junto da fábrica e acompanhar tudo de perto fez com que as coisas fluíssem melhor”, afirma a CEO.
Primeira base vegana do varejo nacional
O motivo do crescimento acelerado da marca foi o lançamento da primeira base vegana no varejo brasileiro. “Foi uma grande porta de entrada, com muita publicidade orgânica, que nos ajudou a estar em todo o país com rapidez. Queríamos desenvolver uma base com um diferencial, então estudamos bastante a pele das brasileiras e conseguimos chegar a um produto que tinha uma boa cobertura, não ‘craquelava’ (a reclamação na época das bases com esse propósito) e não transferia. Criamos a fórmula sem o uso de nenhum componente animal, então pudemos aproveitar isso como um ‘claim’ para nosso produto e deu muito certo”, relata Vecchia.
Em 2019, a Dalla estreou no segmento de skincare. “Acreditamos que tudo está interligado, nossa marca é múltipla e nossos produtos também têm que ser. Quem se maquia usa um hidratante, um sabonete facial e termos a parte de skincare na nossa marca foi algo bem natural e agregador”, diz a empreendedora.
Com um mix maior de produtos, esse foi o ano de maior faturamento da história da Dalla, chegando aos R$ 40 milhões. “Nossos produtos sempre foram reconhecidos pela qualidade e como havia mais itens, as pessoas se interessaram em testar e isso contribuiu para nosso crescimento e fez 2019 ser um ano assertivo”.
Mas aí veio a Covid-19. “Muitos de nossos clientes fecharam as portas ou ficaram com dívidas e isso prejudicou a todos. Nosso estoque, que estava a todo vapor, ficou cheio e houve perdas de produtos por conta da validade. Mas lidamos com a pandemia com calma e responsabilidade, honramos nossos compromissos e esperamos passar”, afirma a CEO.
Depois de perdas com a Covid-19, otimismo com mercado aquecido
Ela conta que mesmo com a situação voltando à normalidade ao Brasil, o mercado oscilou muito, mas vem se recuperando. “Estamos confiantes de que isso se regularize nesse ano, afinal somos um mercado muito importante de maquiagem e produtos de beleza”.
A Dalla vem investindo em novas linhas e procurando se inserir em outros nichos. A coleção My Secret, por exemplo, lançada no começo de 2022, foi criada para atingir maquiadores e profissionais da área, além do “público aficionado por maquiagem”, como define Vecchia. “Reinventamos a marca, criamos novas linhas e isso tem sido muito satisfatório.”
Em 2022, a empresa faturou R$ 23 milhões e a previsão para este ano é de um aumento de pelo menos 30%. “Este ano está muito aquecido e estou sendo muito conservadora em estimar um crescimento de 30%”, diz a empreendedora. “Nós estamos com muitas novidades e as expectativas são as melhores possíveis. A marca tem foco em atacadistas, mas estamos também no varejo e nos próximos anos nosso intuito é criar novas parcerias e expandir o negócio”.