Pedro Nunes passou boa parte da infância e adolescência em salões de beleza. Filho do cabeleireiro Wanderley Nunes, proprietário da rede Studio W, Pedro se tornou piloto de automobilismo. Mas depois de anos se dedicando ao esporte, ele se voltou ao empreendimento da família, assumindo a área de novos negócios.

Pedro Nunes com os sócios Dimitri Ribeiro e Lucas Barchetta

Eu sempre estive muito próximo do mercado de beleza e acompanhando o movimento do varejo, tanto dentro como fora do Brasil”, afirma Nunes. “Focado em novos negócios, comecei a buscar no mundo oportunidades e tendências neste segmento, que é tão competitivo e vem mudando tanto”.

Depois de lançar o aplicativo Singu, que realiza o agendamento de serviços como manicure e corte de cabelo em domicílio, Nunes decidiu apostar na personalização de produtos de beleza. “A customização de cosméticos já é uma realidade no mundo. Um estudo da McKinsey aponta que, até 2025, duas em cada cinco mulheres vão consumir produtos personalizados de beauty”, diz.

Nunes se inspirou em duas marcas norte-americanas, a Function of beauty e Prose, e ao lado dos sócios Dimitri Ribeiro e Lucas Barchetta, criou a startup Meu Q, que permite que clientes criem suas próprias fórmulas de haircare. “Cada vez mais as pessoas procuram produtos feitos para elas. Não querem ser encaixadas em categorias de mercado que definem o que elas querem ou precisam”.

Para desenvolver seu xampu, condicionador e leave-in, os consumidores entram no site da beauty tech e respondem a um questionário. É preciso dizer qual é o tipo e a estrutura do cabelo, se os fios passaram por tratamento químico e quais são os (cinco) objetivos da fórmula, como hidratação, proteção de cor ou definição de cachos. Além de “batizar” o produto, se escolhe ainda sua fragrância e cor. As combinações possíveis são mais de 600 mil.

Em três meses de operação, Nunes percebeu que o questionário é um dos principais desafios na estratégia da Meu Q. “Nós descobrimos que muitas mulheres não sabem qual é o perfil do seu cabelo”, conta. “Já estamos entrando com uma nova versão do site, que vai englobar uma parte experiencial para educar a consumidora e ajudá-la a fazer o seu próprio diagnóstico capilar”, revela. Ele diz que a ideia é que clientes possam acessar uma tricologista para tirar dúvidas ou até marcar horário com uma especialista para uma avaliação virtual dos fios.

Depois de realizados, os pedidos chegam ao laboratório. “Nós produzimos sob demanda, já que não há estoque dos produtos finais”, explica. Ele informa que, para pedidos da cidade de São Paulo, onde está situada a empresa, a entrega acontece em até três dias úteis. “Queremos diminuir para dois dias no segundo semestre deste ano”. Fora da capital paulista, a espera pode levar até cinco dias úteis, a depender da localização.

O empreendedor planeja ter pontos físicos da marca. “Pensamos em uma flag ship, onde as clientes possam conhecer nossa proposta, sentir os aromas e texturas dos produtos e até realizar os pedidos, que receberá em poucos dias em sua casa”.

Nunes se mostra animado com andamento da empresa. “Neste curto tempo de operação, já somamos mais de 15 mil visitas mensais ao site e recebemos pedidos de 22 estados brasileiros”. Ele revela que no próximo semestre, a linha de haircare já será ampliada e que, no futuro, devem apostar em outras categorias de cosméticos customizados.

Nosso grande diferencial de mercado é a proximidade que temos com a cliente. Nós somos ‘one-to-one’ e não o ‘one to many’ que é o varejo”, finaliza.