Dono das marcas de cosméticos profissionais para o cabelo Sweetnez, Maria Isabel, Diamond e Flamingo, o Grupo B2E foi fundado em 2015 em Minas Gerais. No ano seguinte, teve sua operação transferida para São Paulo e agora, anuncia a abertura de sua própria fábrica.

Diretor geral do grupo Nazir Farra

Instalada em Cotia (35km da capital paulista), a nova planta tem capacidade inicial de manufaturar mensalmente 40 mil litros de artigos para o cuidado com os fios, devendo chegar ao dobro em breve. De sua linha de produção, também sairão a cada mês 20 mil unidades de eletrônicos para o mercado de beleza, como secadores e pranchas de cabelo, com o selo da quinta marca do grupo, a Gold Caviar.

Escolhemos Cotia para nos estabelecer pelas facilidades de acesso e logística e já pensando em expansão, uma vez que o local tem possibilidade de crescimento”, afirma Nazir Farra, diretor geral do grupo. Sem revelar o valor que foi empregado na construção da fábrica, o executivo informa que ainda estão adquirindo maquinários e se sente confiante com o retorno do investimento. “Esperamos crescer 30% em volume de negócios neste ano”.

Apesar de ser uma empresa jovem no mercado, a B2E já nasceu com a exportação em seu DNA, tendo comercializado com mais de 20 países. Atualmente 100% de sua produção está voltada ao mercado internacional e entre os principais compradores de seus cosméticos estão países do Oriente Médio, como Egito, Arábia Saudita, Marrocos e Iraque. “Temos vários contatos na região e a aceitação do nosso produto é bem grande entre esses consumidores”, diz Farra, que é imigrante sírio e vive no Brasil desde 2012.

No ranking dos 10 maiores importadores de cosméticos do Brasil, os países árabes estão em nono lugar (os outros nove são todos da América Latina), de acordo com dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. As exportações atingiram US$ 17.605 milhões em 2018, um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior.

Produtos para os cabelos representam quase a totalidade das vendas para a região, com 95,80% de participação, seguidos por uma categoria que reúne maquiagem e cuidados com a pele, com 1,84%, e artigos de higiene oral e bucal, com 1,18%. Entre os principais destinos para os cosméticos brasileiros no Oriente Médio estão os Emirados Árabes (34,9%), a Arábia Saudita (18,35%) e o Iraque (16,05%).

Segundo Farra, os clientes árabes são exigentes em termos de qualidade e tecnologia. “Precisamos ser dinâmicos para atendê-los e sempre acompanhar as inovações do mercado”, afirma. A experiência positiva com este público tem animado o grupo. “O sucesso no Oriente Médio nos fez decidir investir em novos mercados na Europa e América”.

O empresário diz que a participação em eventos internacionais de beleza foi essencial para a construção de sua carteira de clientes estrangeiros. “Vamos a feiras internacionais divulgar nosso trabalho e é onde captamos clientes”. Entre elas, ele destaca a Beauty Show Middle East, realizada em Dubai, e a Cosmoprof, na Itália.

Com a abertura da fábrica em Cotia, o diretor geral do B2E espera também ampliar os negócios em outras duas frentes. A primeira é a produção para terceiros. Hoje, o grupo já desenvolve cosméticos personalizados para clientes, como a Mabelle Professional e Bio Keraline, e Farra assume ter fechado novos contratos antes mesmo das máquinas começarem a operar. A segunda frente é a atuação dentro do Brasil. “Temos intenção de nos dedicar ao mercado interno em um futuro próximo”, completa.