A Duty Cosméticos foi inaugurada poucos meses antes da chegada da Covid-19 ao Brasil. Passados dois anos, a empresa de haircare comemora conquistas. “Não foi um momento fácil, mas aceleramos o lançamento de produtos e atingimos a marca de 50 mil pontos de vendas. Com a demanda online, nosso e-commerce também cresceu e se tornou um dos nossos principais negócios”, diz o presidente da empresa, Daniel de Jesus.
Ele conta com mais de 30 anos de experiência no segmento de cuidados capilares. Em meados dos anos 1980, fundou a Niely, que se tornou um dos principais players da categoria no Brasil. Vendida por R$ 1 bilhão para a multinacional francesa L´Oréal em 2014, a companhia faturava R$ 540 milhões ao ano na época.
A nova empresa de Jesus adquiriu recentemente o controle da Eico Cosméticos, marca paulista criada em 2008, também especializada em produtos para os cabelos. Com a conclusão do negócio, a Duty dobrou de tamanho. “Entendemos que o plano é realmente ambicioso e é ele que nos move”, afirma Danielle de Jesus, filha de Daniel e vice-presidente da Duty. “Nosso sonho é criar uma grande empresa nacional de cosméticos e a aquisição da Eico é o primeiro passo para a construção desse sonho”.
Voltada ao tratamento profissional em casa, a Eico complementa o portfólio da Duty. Somado aos produtos de suas marcas DaBelle - de cuidados diários - e Duty Color - de coloração em creme -, ambas posicionadas para o consumo das classes C e D, a marca tem cerca de 300 itens em seu portfólio.
“Eventualmente, elas atingem o mesmo público, mas em faixas de preços diferentes. São complementares e a ideia é ser referência em tratamento de qualidade para todo ‘tipo de bolso’”, diz a executiva. “Temos agilidade e sabemos colocar o produto na prateleira de todas as lojas do pais. Ampliar nosso catálogo traduz, acima de tudo, a robustez da Duty e reforça nossa expertise junto a outras marcas”, acrescenta.
Além da junção dos portfólios, houve integração de equipe e operação das duas empresas. Os sócios majoritários da Eico, Wilson Ribeiro e Lea Arieira, permanecem atuando na companhia.
Com a aquisição, a Duty também anunciou a expectativa de faturamento de 300 milhões de reais no período de um ano. Para os próximos anos, a perspectiva de lucros aumenta. “Nossa projeção é estar faturando anualmente R$ 1 bilhão de reais em cinco anos. Para isso, queremos nos consolidar no mercado capilar e partir para novas categorias”, revela Danielle de Jesus.
Cuidados com a pele e maquiagem são dois segmentos em que a Duty mostra interesse em investir. “A consumidora que compra produtos para o cabelo também é usuária de skincare e de outras categorias. Sendo assim, não queremos nos limitar ao que fizemos no passado. Buscamos ser maiores que a Niely. Queremos nos desafiar e para novas aquisições temos planos ainda mais ambiciosos”, ela afirma.
A vice-presidente conta que para seguir com essa estratégia, a Duty montou um grande time de desenvolvimento de produtos e usa o meio digital para acompanhar o movimento e o comportamento de compra dos clientes. “Nosso objetivo é ser uma empresa moderna, rápida, inovadora e focada 100% no consumidor e seus desejos”.
Uma das apostas da companhia é a reformulação do seu e-commerce, que deixará de ser um portal de vendas exclusivo dos produtos Duty e Eico para se tornar um marketplace para marcas diversas. Segundo a empresa, a mudança acontece ainda em dezembro de 2021.