A Água de Cheiro quer voltar a crescer no Brasil, mas de maneira saudável, segundo seu diretor Olindo Caverzan Junior. Fundada em 1976 e pioneira no mercado de franquias de beleza no país, a marca chegou a ter 900 lojas no país. Enfrentando diversas crises, chegou a acumular dívidas de mais de R$ 70 milhões até ser comprada pela Holding Narsana, no final de 2016.

A empresa passou por um grande reposicionamento. As lojas físicas ganharam novo layout, mais moderno e minimalista, valorizando a experiência dos clientes. A logomarca foi redesenhada, assim como as embalagens dos produtos, e toda a operação foi reestruturada. “Tivemos que entender e otimizar os processos internos e externos, melhorar o relacionamento com o franqueado, estruturar novos departamentos e fortalecer os pontos fortes da marca para aí começarmos a pensar em expansão”, afirma Caverzan Junior.

Olindo Caverzan Junior, diretor da Água de Cheiro

A marca encerrou 2019 com 180 lojas. Para 2020, está prevista a inauguração de mais 80 unidades, além do aumento do faturamento no ponto de venda. “Para o alcance desses objetivos, nossas principais estratégias são o investimento em mídia e comunicação e foco na busca por multifranqueados, ou seja, empreendedores interessados na abertura de mais de três operações da marca”, explica o executivo.

Ele menciona que cerca de 15% dos atuais franqueados da Água de Cheiro detêm mais de um ponto comercial. “Nós trabalharemos para que esse número aumente, pois entendemos que é um caminho sustentável e eficiente para a rede crescer”, diz. As novas lojas devem estar concentradas na região Sudeste, principalmente nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, cidade de origem da marca.

Ampliar o público

Para expandir, a empresa também viu também a necessidade de ampliar seu público, formado principalmente por seus antigos consumidores - pessoas na faixa dos 45 anos, das classes C e D. “Nosso objetivo é continuar cuidando e fidelizando nossos clientes, respeitando muito a origem e a história da marca. Ao mesmo tempo, estamos trabalhando para alcançar diferentes públicos, tanto no sentido de classes A e B, quanto no quesito idade”, pontua o diretor.

Uma das ações adotadas pela Água de Cheiro foi inserir em seu portfólio produtos licenciados de grifes internacionais, como Everlast e Lamborghini. De acordo com o diretor, produtos próprios respondem por 70% do portfólio da marca, enquanto fashion brands representam 30%. “Estamos há mais de 40 anos no mercado e entendemos a necessidade de nos reinventarmos para além de nossos produtos clássicos, que já estão consolidados. Queremos fortalecer a imagem da Água de Cheiro como um ponto de consumo de beleza, um elo entre produtos nacionais e internacionais, com diversidade, preço justo e alta qualidade”, afirma.

Outra estratégia foi inaugurar um pilar jovem dentro da marca com o lançamento da linha #Self[ie], dedicada a Millenials e inspirada nos anos 1980 e 1990. “Temos aqueles que cresceram imersos nessa época e aqueles que têm sido impactados pela volta e nostalgia de muitas das tendências que marcaram o período, principalmente nos mercados de moda e beleza”, diz Caverzan Junior.

Apesar dos desafios econômicos enfrentados pelo Brasil e a crise mundial diante da pandemia do novo coronavírus, o executivo se mostra confiante. “Estamos em um momento mais maduro e sólido de nossa reestruturação. Consolidamos nosso departamento de expansão, firmamos parceria com agências de comunicação e temos trabalhado incansavelmente para fortalecer o relacionamento com os franqueados já existentes e construir relações sólidas com novos franqueados. Nosso projeto de crescimento prevê muito mais cuidado do que aceleração”, finaliza.