No universo dos cosméticos, a categoria de protetores solares é um segmento sensível por diversas razões. Do ponto de vista sanitário, as marcas precisam convencer o grande público a se proteger contra os raios ultravioleta, com uma oferta de produtos seguros e adaptados a um uso cotidiano, comercializados por um preço acessível. Todas as tonalidades de pele necessitam de proteção, pouco importando que sejam claras ou escuras. Mas a verdade é que, atualmente, apenas duas de cada cinco pessoas protegem a pele contra o sol (Estudo Yougov, 2019), embora a exposição aos raios UV seja a principal causa de câncer cutâneo (2 a 3 milhões de novos casos ao ano, segundo a OMS).
Por outro lado, uma onda de conscientização vem se espraiando, gerando um aumento significativo do consumo de produtos com FPS 50 ou superior. Na França, por exemplo, o aumento foi de 58%. A venda de protetores faciais diários vem acompanhando o mesmo ritmo de crescimento: +43% em 2019, em comparação com +8% para as demais categorias de produtos solares, segundo a L’Oréal.
Netlock, para oferecer a melhor proteção possível
Ciente dos desafios, o laboratório de Pesquisa e Inovação da L’Oréal aprimorou suas fórmulas para chegar o mais perto possível do que há de melhor em matéria de proteção solar: um produto capaz de cobrir todo o espectro de UVA/UVB e que, ao mesmo tempo, oferece praticidade na hora de aplicar e efeito duradouro. "Tradicionalmente, os filtros solares se encontram nas gotículas de óleo da emulsão, mas eles não são suficientemente eficazes se essas gotículas não cobrirem toda a extensão da pele. Portanto, nosso objetivo foi tornar o produto mais fácil de espalhar, a fim de proporcionar aplicação uniforme nas diferentes regiões do corpo e ação mais estável ao longo do tempo", declara Stéphane Douezan, diretor do Laboratório de Desenvolvimento de Fotoproteção da L’Oréal e inventor da tecnologia Netlock.
Após três anos de pesquisas, o laboratório identificou um polímero "ideal", desenvolvido em colaboração com seus fornecedores de princípios ativos. Esse polímero gelifica e estabiliza as gotículas que contêm os filtros, formando uma malha extremamente densa e protetora. A tecnologia Netlock fixa os filtros em uma película ultrafina, invisível sobre a pele, conferindo mais eficácia às fórmulas, além de maior resistência à água, ao suor e à areia, impedindo também que o produto penetre nos olhos.
Neutralidade ambiental
Soma-se a esses elementos o impacto potencialmente negativo dos filtros solares, acusados de contribuir para o branqueamento dos recifes de coral, fenômeno que, ao longo do tempo, poderia provocar sua extinção. A resposta da L’Oréal a essa importante questão é a garantia de que sua nova fórmula não oferece riscos para o meio ambiente. "Os pesquisadores da L’Oréal utilizam unicamente ingredientes sem riscos previsíveis para o ambiente", afirma Marc Léonard, diretor do Laboratório de Pesquisa Ambiental do Grupo. As equipes pautam seu trabalho em dados coletados por fornecedores de ingredientes e em testes de biodegradabilidade de materiais, desenvolvidos pela própria empresa. Segundo Marc Léonard, apenas uma pequena fração dos produtos solares se encontra presente na água. Como as doses são extremamente baixas, o uso dos produtos é sem consequências para o meio ambiente.
Por fim, baseando-se nos resultados de estudos, o Grupo questiona a veracidade das acusações relativas aos efeitos dos produtos solares sobre os corais. "O branqueamento dos corais é basicamente a consequência do aquecimento global, do tratamento inadequado de efluentes urbanos e resíduos industriais, bem como da erosão hídrica de terras agrícolas que, durante as chuvas tropicais, arrastam sedimentos, fertilizantes e agrotóxicos que poluem os recifes de coral", argumenta Marc Léonard.