Muitas empresas dos setores de moda e de luxo já foram seduzidas por esse recurso inédito em que tudo, por enquanto, parece ser possível. A Nike, a Adidas e a Balenciaga já lançaram, ou vão lançar, seus próprios espaços Metaverso, nos quais pretendem apresentar suas coleções e seus desfiles, vender NFTs e, de maneira global, chamar atenção para seu universo e para sua identidade, a fim de interagir melhor com os clientes. Para as marcas de moda, não é muito difícil: nesses universos paralelos, os avatares estão sempre usando roupas – então, que tal cuidar do estilo? Já para as marcas de cosméticos, as coisas parecem, em princípio, um pouco mais complexas, pois nem todo mundo usa maquiagem. Isso não impede que algumas empresas estejam se saindo muito bem, evidenciando o potencial que essas novas ferramentas oferecem.
Entre experimentação e criatividade
Com a pandemia, que obrigou as lojas a fecharem as portas, as marcas de cosméticos tiveram que acelerar a transição para o formato digital, não poupando esforços para que as clientes mantivessem sua rotina de beleza. O resultado é que vários aplicativos para testes virtuais de maquiagem, que basicamente utilizam realidade aumentada, surgiram durante as semanas de isolamento social, oferecendo ao público a possibilidade de experimentar, por exemplo, diversas tonalidades de base facial, batom e esmalte, e de comprar os produtos diretamente pela internet. Esse tipo de tecnologia, associada aos famosos filtros onipresentes na maioria das redes sociais, é justamente o que se usa – ou será usado – nesses universos virtuais.
O Metaverso Zepeto, lançado na Coreia do Sul pela Naver Z Corp, já fechou parceria com diversas marcas de beleza. Entre elas, a Nars, que disponibiliza vários modelos de maquiagem para avatares, e a Dior Beauté, que apresenta visuais exclusivos criados por Peter Philips, diretor de Criação e Imagem da renomada Maison de luxo. Só isso já é uma excelente razão para que uma legião de aficionadas por beleza mergulhe nesses universos inéditos. A isso se soma o fato de que esses recursos abrem horizontes inexplorados para jovens criadores, que têm, assim, a oportunidade de testar, ao sabor de sua imaginação, uma infinidade de visuais de beleza, sem precisarem apresentá-los no mundo real.
NFT e live shopping
Além de promoverem seus produtos, as marcas têm também a possibilidade de oferecer NFTs no Metaverso. Nars, Clinique e Givenchy Parfums foram alguns dos grandes nomes da indústria de cosméticos que saíram na frente, criando as primeiras séries de tokens não fungíveis, que possivelmente não tardarão a se multiplicar nesse admirável mundo novo – seja para oferecer produtos exclusivos e raros, seja para mostrar produtos cosméticos na visão de diversos artistas.
Numa tentativa de reforçar ainda mais o vínculo com as clientes e proporcionar a elas uma experiência interativa e imersiva, as marcas podem usar seus próprios recursos do Metaverso para realizar sessões de live shopping. Essa modalidade de evento digital está bombando mundo afora, em particular na China, e é bem provável que o fenômeno venha a ganhar novos contornos graças ao Metaverso e às infinitas possibilidades que ele oferece.