Dados da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) indicam que o volume de produção do setor em 2014 registrou um recuo de 1,47%, com um faturamento de R$ 55,1 bilhões. Somente no quarto trimestre, a queda foi de 1,73% na comparação com 2013. Os números foram divulgados no Estudo Macroeconômico da Embalagem ABRE/FGV, realizado pela ABRE em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE).

Segundo o coordenador de análises econômicas do FGV/IBRE, Salomão Quadros, a performance do setor reflete o desempenho geral da indústria brasileira, que registrou queda de 3,23% no ano passado. "A produção de embalagens está mais voltada aos bens de consumo não-duráveis. Ela espelha a economia, mas de maneira mais suavizada e sem tantas oscilações”, firma Quadros.

Na classificação por material, vidro foi o único a registrar crescimento: 1,86% ante 2013. Os demais segmentos sofreram retração: madeira (-18,25%), plástico (-2,9%), metal (-1,04%) e papel/papelão (-0,70%).

Com volume total de US$ 860,1 milhões, as importações cresceram para as categorias de vidro (0,27%), plástico (1,84%) e madeira (1,41%), enquanto metal (-2,34%) e papel/papelão (-20,88%) recuaram. Já as exportações renderam US$ 523,2 milhões aos cofres brasileiros, com aumento em vidro (28,55%), metal (16,75%), papel/papelão (3,24%), madeira (2,77%) e recuo apenas em plástico (-1,59%).

Para 2015, a expectativa é que a retração se mantenha, com queda de 0,5% a 1,5% em volume da produção. Para Quadros, o fortalecimento da economia nacional e mundial pode fazer com que a indústria de embalagens retome o crescimento a partir de 2016.