Em meados de janeiro, a Coty, gigante do setor de beleza, deu início em sua fábrica de Granollers, na Espanha, à produção de perfumes à base de etanol obtido a partir de carbono reciclado, produzido pela LanzaTech, com quem o Grupo mantém uma parceria. Os primeiros perfumes com esse novo tipo de etanol estarão disponíveis nos próximos meses em várias regiões do mundo. A Coty confirmou que conseguiu atingir antes do prazo, previsto inicialmente para 2023, a meta de utilizar esse etanol sustentável em grande parte de sua carteira de perfumes, que inclui marcas como Calvin Klein, Burberry, Boss, Gucci, Chloé e Marc Jacobs Perfume.

Para fabricar esses perfumes, o Grupo usa CarbonSmart, um etanol produzido pela LanzaTech a partir de carbono industrial capturado antes de ser emitido na atmosfera. Coletado por eletrólise, o dióxido de carbono é submetido a um processo de purificação, antes de ser convertido em etanol por meio de fermentação.

Ingrediente indispensável, método sustentável

O álcool etílico é um ingrediente de grande importância na maioria dos perfumes. Presente com teor de até 96%, ele atua como substrato para a matéria concentrada que contém a fragrância. Portanto, o etanol constitui o principal ingrediente dos perfumes da Coty em termos de volume. Ao transformarem o carbono em um novo recurso, a Coty e a LanzaTech estão contribuindo para reduzir o impacto ambiental da indústria de beleza, visto que o etanol produzido a partir da captura de carbono requer muito pouca água e menos ocupação de terras agrícolas.

Um estudo independente realizado pela Quantis, agência de consultoria em desenvolvimento sustentável, mostrou que, em nível global, o uso de etanol de captura de carbono reduz consideravelmente a pegada ambiental. Entre outras vantagens, o CarbonSmart da LanzaTech permite que a Coty diminua os níveis de emissão de carbono resultante das operações de produção de perfumes.

A Coty afirma que o etanol produzido pela LanzaTech cumpre os rigorosos critérios definidos pelo Grupo para o uso na indústria de perfumes e apresenta características perfeitamente similares às dos demais álcoois etílicos de alta qualidade disponíveis no mercado.

Além desse projeto de produção de etanol oriundo de captura de carbono, a LanzaTech associou-se também ao Grupo L’Oréal e à Total, gigante do setor de energia, com o objetivo de desenvolver um frasco de plástico fabricado com polietileno obtido a partir da emissão de carbono reciclado. Depois do sucesso da fase de testes, a L’Oréal, a Total e a LanzaTech pretendem concluir a fase de industrialização até 2024.