O primeiro laboratório brasileiro que reproduz pele humana reconstruída para testes foi inaugurado no Centro de pesquisa e inovação da L’Oréal Brasil no Rio de Janeiro.

A Episkin, subsidiária da L’Oréal e líder mundial em bioengenharia de tecido, vai disponibilizar a tecnologia para a comunidade científica nacional e latino-americana e também para outras empresas dispostas a investir em métodos alternativos para avaliar a eficácia dos produtos.

A inovação está no coração do nosso negócio e exige continuidade e consistência. A abertura de Episkin Brasil, o único laboratório das Américas e o terceiro no mundo, reflete a nossa confiança no potencial do mercado brasileiro. Também reforça a excelência científica da L’Oréal e nossa ambição de oferecer produtos seguros aos consumidores sem uso de testes em animais”, explicou An Verhulst-Santos, presidente da L’Oréal Brasil, no discurso de inauguração do laboratório.

Fragmentos descartados em cirurgias plásticas

Para reconstruir a epiderme, o laboratório utiliza fragmentos de pele doados em cirurgias plásticas. Destes fragmentos, são extraídos queratinócitos (principal célula da epiderme), que serão multiplicados no laboratório após testes de segurança. Essas células crescem sobre uma membrana plástica e formam todas as camadas da epiderme. A partir da pele reconstruída, podem ser feitos testes para avaliar irritação, proteção solar, potencial alergênico e permeabilidade.

A missão do Centro de Pesquisa e Inovação da L’Oréal Brasil é entregar com mais agilidade grandes inovações de produtos, focadas no consumidor brasileiro, reforçando nosso compromisso de longo prazo com o país. Com a Episkin, damos um passo a mais que muito nos orgulha. A pele humana reconstruída é uma enorme conquista não só para a ciência e a inovação brasileira, mas também para todos os interessados em promover o uso de métodos alternativos”, comemora Delphine Allard, Diretora de Pesquisa e Inovação da L’Oréal Brasil.

A inauguração do laboratório da Episkin em território nacional é o resultado de um trabalho iniciado há quase 30 anos, em Lyon, na França, como contou Rodrigo de Vecchi, CEO da Episkin Brasil: “Nossa missão de disponibilizar esses modelos para o Brasil começou em 2016, através de uma parceria com o Instituto D’Or de pesquisa e ensino, quando iniciamos a transferência tecnológica do modelo produzido em Lyon, na França, há quase 30 anos, aqui para o Rio de Janeiro. Desde então, nosso time já gerou mais de 6 mil tecidos humanos reconstruídos aqui no Brasil, que foram usados para pesquisa científica, treinamento, capacitação e disseminação dessa cultura de métodos alternativos”.

Rodrigo também destacou a contribuição do laboratório para os avanços da ciência brasileira e a disponibilização de modelos alternativos, como a epiderme reconstruída, não só para testes com cosméticos, mas ainda para diversos tipos de produtos, como brinquedos, materiais escolares e outros que possam provocar algum tipo de reação cutânea. “A Episkin se orgulha em dizer que está pronta para disponibilizar seu primeiro modelo validado para a comunidade científica e empresas interessadas no método alternativo, que já é amplamente utilizado em países da América do Norte, Europa e da Ásia. Tenho certeza de que este é apenas o começo e esperamos ver cada vez mais laboratórios implementando e desenvolvendo novas aplicações e protocolos inovadores”.