A exemplo do setor bancário, os grandes protagonistas do varejo americano estão agilizando a reestruturação de suas redes de lojas para fugir do aumento vertiginoso do preço dos aluguéis, principal freio à rentabilidade. As lojas estão desaparecendo dos bairros centrais e, não raro, as redes preferem ter um único estabelecimento, em vez de um denso circuito de lojas. O setor de restaurantes também vem registrando um grande número de falências. O único tipo de estabelecimento que ainda resiste à desertificação dos bairros são os fast foods.
O futuro dos drugstores
Recentemente, as aquisições da Target pela CVS e da Duane Reade pela Walgreens sacudiram o setor de farmácias. Aliás, o fracasso da operação de compra da Rite Aid pela Walgreens só desestabilizou ainda mais a rede americana de farmácias. Como consequência, e por falta de concorrentes, a CVS e a Walgreens jogaram o preço dos medicamentos para cima e têm adotado muitas mudanças em termos de estratégia. A título de exemplo, as prateleiras com alimentos passaram a ocupar um terço das lojas, reduzindo consideravelmente o espaço reservado aos cosméticos. Na prática, muitas marcas de beleza deixaram de ser comercializadas.
Para completar, os jornais e revistas desapareceram das lojas, dando lugar à venda de baterias, pendrives, carregadores, etc. O resultado é uma espécie de "bazar" que dificilmente consegue fidelizar os clientes.
E por falar em clientes, de um dia para o outro os da CVS e da Walgreens perderam os pontos que tinham no cartão de fidelidade, em favor de outros programas.
Amazon Go
A compra da Whole Foods pela Amazon, operação que movimentou 13,7 bilhões de dólares, também representou uma revolução no mercado varejista. O Grupo acaba de criar um novo conceito chamado Amazon Go, primeira loja de alimentos (tipo loja de bairro) inteiramente automatizada. Nesse supermercado do futuro, localizado em Seattle, "não existe caixa, nem fila, nem pagamento". Identificado por meio de seu smartphone e rastreado por câmeras sem fio, o cliente faz as compras e recebe a conta diretamente pelo celular. O objetivo da Amazon é conquistar um lugar entre os cinco maiores nomes do varejo alimentar nos Estados Unidos, mas alguns problemas técnicos ainda precisam ser resolvidos – por exemplo, o sistema não responde bem quando a afluência é grande (mais de 20 pessoas) e não contabiliza compras efetuadas por crianças com menos de 1,20 m de altura.
Outro grande acontecimento foi a chegada da Primark, da Aldi e da Lidl ao mercado americano. O objetivo dessas três redes é competir com a Wal-Mart, graças a uma oferta de produtos diferenciada.
Segundo os especialistas, não há com o que se preocupar – os Estados Unidos é o país que dispõe do maior espaço de vendas por habitante: mais de 7 m2/habitante, em comparação com menos de 5 m2/habitante no Canadá e pouco mais de 3 m2/habitante na Austrália.
As projeções da NRF (National Retail Federation) para 2017 apontam para um aumento de 3,7% a 4,2% nas vendas do varejo. Vale ressaltar que, por hora, apenas os varejistas estão sofrendo com a situação. Os clientes, por sua vez, continuam vasculhando a internet atrás dos melhores preços.
A Sephora é líder inconteste de sua categoria, e a chegada de grandes marcas de luxo às suas lojas é um ótimo sinal, trazendo dinâmica e criatividade ao mercado.
Graças a seus V.I.B. (very important buyers), responsáveis pela movimentação de 24,5 milhões de ativos, as redes Sephora e Ulta têm a garantia de um faturamento em franca ascensão.
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