Estudo recente entre empresas participantes do programa Beautycare Brasil [1] destacou a importância da participação feminina nos cargos de gestão e de comércio internacional. O levantamento mostrou que 50% das empresas possuem mulheres no cargo de CEO e 80% indicaram que Comex é formado por maioria feminina.

Entre as empresas ouvidas pelo Beautycare Brazil está a Nanoscoping, comandada por Letícia Mazzarino (Diretora Técnica-CEO) e com a totalidade do setor de comércio exterior formado por mulheres. Segundo Mazzarino “as ações específicas do Beautycare Brazil para promover a equidade de gênero são fundamentais para fortalecer a representatividade e a diversidade na indústria cosmética. Trata-se de um setor historicamente associado ao público feminino, mas que ainda enfrenta desafios em garantir a igualdade de oportunidades em cargos de liderança, inovação e tomada de decisão. Ao desenvolver iniciativas voltadas à equidade de gênero, o Beautycare Brazil contribui para um mercado mais justo, inclusivo e alinhado com as expectativas da sociedade, além de estimular a competitividade e a sustentabilidade do setor”.

Letícia Philippi, CEO da Philozon, compartilha da visão de Mazzarino: “Em nossa empresa a equidade de gênero é promovida por meio de políticas internas de igualdade, com regras claras que garantem oportunidades iguais para todos os gêneros em seleção, promoção e remuneração”, destacou.

Para ela as atividades neste sentido por parte dos projetos setoriais “são essenciais para promover a equidade de gênero na indústria da beleza, pois corrigem desigualdades históricas, ampliando a presença feminina em cargos estratégicos; estimulam inovação, ao trazer diversidade de ideias e perspectivas; geram impacto sistêmico, influenciando boas práticas e políticas públicas no setor”.

À frente da ProSalon Cosméticos, Vanessa Holmo utiliza na coordenação de seus negócios “estratégias de inclusão com metodologia que permite tanto um trabalho estruturado e de longo prazo quanto ações pontuais de marketing”. Essa ação busca superar um dos desafios apontados por ela: a resistência e a ausência de respeito por parte de diversos fornecedores e parceiros homens. “Com a ação promovida pela ApexBrasil e apoiada pelo Beautycare Brazil conseguimos nos conectar com outras mulheres e empresas mundo afora. Essa união e parceria é necessária para impactarmos mais e mais vidas”, disse.

Semelhante visão tem Mariana Cyrillo, da Bielus Ingredientes: “É preciso levar essas mulheres para falar - dar voz a elas. A maioria dos eventos do setor é composta por homens falando da demanda das clientes por produtos que visam melhorar problemas em sua maioria femininos, como estrias, acne, pele seca e frizz de cabelo...”, destacou. Em sua carreira profissional ela lembra que em determinados momentos teve que passar o contato para sócios homens quando fornecedores não a atendiam pelo preconceito de gênero.

Já a coordenadora de exportações da Mundial SA, Carolina Essayag, e a COO da Granatum, Leia Bretzke, apontaram que o gênero não é um empecilho específico no desenvolvimento profissional, mas que a equidade de gênero deve ser valorizada tendo em vista as capacidades profissionais, independente de quaisquer diferenciações.

O tema da equidade de gênero é uma das diretrizes apontadas pela ApexBrasil como base para o desenvolvimento, a partir do compromisso assumido pela Agência em 2023, por meio do Programa Mulheres e Negócios Internacionais.