Durante o Congresso da European Academy of Dermatology and Venereology (EADV), que acaba de se encerrar na Eslovênia, a Pierre Fabre apresentou os resultados de seu estudo Sunscreen Assessment Family Experience (SAFE) [1], realizado durante o verão com 8 mil adultos (pais e avós) em sete países ao redor do mundo. As conclusões são muito claras: os adultos e as crianças continuam a ignorar as recomendações sanitárias em matéria de proteção solar.

No ano passado, em pleno verão, apenas cerca de um terço das crianças recebeu proteção solar adequada ao se expor ao sol durante horas a fio, nos períodos mais quentes do dia. No caso da população adulta, a proporção cai para 13%. E essa parece não ser a única recomendação à qual o público não dá ouvidos. Embora os profissionais de saúde preconizem a aplicação de protetor solar pelo menos a cada duas horas nos períodos em que o sol oferece mais riscos – ou seja, entre 11h e 17h – somente 18,5% das crianças realmente receberam esse tipo de proteção.

"Entre 50% e 80% da exposição acumulada ocorre nos primeiros anos de vida, constituindo a principal causa da maior parte dos casos de câncer de pele", ressalta a Dra. Ariadna Ortiz Brugués, da Diretoria Médica da empresa Laboratoires Dermatologiques Avène. E o resultado não poderia ser outro: como mostra o estudo, 32% das crianças tiveram pelo menos uma queimadura de sol durante o verão. Em média, elas sofreram dois episódios de queimadura solar nesse período.

Falta de informação

Uma das explicações possíveis para esse comportamento é que as pessoas são mal informadas sobre fotoproteção. Além disso, certos estereótipos persistem, apesar das muitas campanhas de prevenção realizadas ano após ano. Entre as pessoas interrogadas, quase metade (45%) admitiu não saber que os raios UVB são responsáveis pelas queimaduras de sol, e 27% não tinham consciência de que os raios UVA aceleram o processo de envelhecimento cutâneo. Sem falar que, para mais de um quinto dos entrevistados, as nuvens oferecem proteção suficiente contra o sol.

No entanto, é bem possível que essas porcentagens sofram uma reviravolta no futuro, se considerarmos que algumas crianças levam muito a sério o uso de protetor solar. Quase 47% da população infantil manifestou o desejo de aplicar o protetor sem a ajuda dos pais. Esse resultado foi observado em todos os países que participaram do estudo, incluindo França (41%), Estados Unidos (54%), Espanha (cerca de 52%) e Alemanha (cerca de 46%). De maneira geral, as pessoas mais jovens demonstraram ter consciência da importância de se proteger contra o sol: para 70% da população jovem, é indispensável se proteger. Na França, essa porcentagem chega a 75%.