Betina Stefanello

Betina Stefanello

Com o envelhecimento da população, o interesse dos consumidores brasileiros por beleza – somos o quarto maior consumidor mundial de cosméticos, segundo a consultoria Euromonitor –, a demanda por ingredientes naturais e a busca por estilos de vida mais saudáveis, os nutricosméticos aparecem como um potencial mercado a ser explorado, afirma a dermatologista Betina Stefanello, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Com a premissa de promover a beleza de dentro para fora, os nutricosméticos, geralmente apresentados na forma de cápsulas gelatinosas ou misturas para sucos e sopas, têm como diferencial o fato de serem administrados por via oral, e não topicamente. Sua ingestão garante liberar aminoácidos, vitaminas, proteínas e ativos cujos benefícios à saúde são refletidos em ganhos estéticos. Por isso são conhecidos como “pílulas da beleza”.

São suplementos alimentares que contêm ingredientes ativos capazes de produzir efeitos variados no organismo, como ação antienvelhecimento e antioxidante, antiacne, antiqueda capilar, anti-inflamatória, antiglicante (proteção das fibras de sustentação da pele), desglicante (melhora o aspecto da pele), fortificação de cabelos e unhas, redução da adiposidade cutânea e fotoproteção”, explica Stefanello.

Além de prevenir o envelhecimento cutâneo e fortalecer os fios, os nutricosméticos atuam de maneira sistêmica, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e bem-estar”, completa a dermatologista. Segundo ela, os efeitos são observados, em uma média, a partir de seis meses de uso.

Marcelo Golino

Marcelo Golino

Presente neste mercado desde 2015, a indústria química brasileira Chemyunion atua na venda de sistemas formulados em cápsulas para que o cliente final faça o envase e insira sua marca, explica o CEO da empresa, Marcelo Golino. “Essa tecnologia oferece como diferencial a capacidade de formular produtos acabados com comprovação de eficácia.

Alguns dos ativos e excipientes produzidos pela Chemyunion são o carbonato de cálcio e o cálcio citrato malato, que promovem a reposição de cálcio; o óxido de magnésio, indicado para suplementação de magnésio; além de produtos acabados como complexo de excipientes e vitaminas para cabelos; excipientes e colágeno para a pele; e cafeína com óleo de cártamo para efeito estimulante.

Dentro da marca Prol.life, desenvolvida pela Chemyunion, o consumidor pode encontrar cápsulas que prometem fortalecer unhas e cabelos, como o suplemento vitamínico e mineral; colágeno hidrolisado e vitamina C para a prevenção de rugas; complexo vitamínico de A a Z e suplemento de cafeína para melhorar a resistência e a concentração.

O público deste mercado, segundo Golino, é composto pelas pessoas que buscam saúde, bem-estar e cuidados pessoais. “Todos estes quesitos passam pela alimentação, por isso a relevância dos nutricosméticos”.

O uso deles, porém, tem algumas restrições. Os produtos são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o uso requer orientação especializada, “preferencialmente por dermatologistas, nutrólogos, cirurgiões plásticos, endocrinologistas e médicos de uma maneira geral”, ressalta Stefanello. Ela destaca que os produtos são contraindicados para quem tem alergia a algum componente da fórmula ou excesso de alguma vitamina ou mineral no organismo.

De acordo com Golino, os produtos devem ter concentrações precisas de suas matérias-primas. “É fundamental que nas formulações sejam utilizados apenas ingredientes aprovados regulatoriamente pela Anvisa”. A regulamentação, no entanto, acaba, sendo um fator limitante. “Certamente há muito a ser explorado no mercado brasileiro, mas os limites regulatórios restringem a amplitude do que se pode oferecer”, conclui Golino.