Sebastian Guarachi, diretor de negócios de higiene da BASF para a América...

Sebastian Guarachi, diretor de negócios de higiene da BASF para a América do Sul

O Brasil é o terceiro maior mercado mundial de fraldas descartáveis, atrás apenas dos EUA e China. De acordo com dados da Nielsen, as vendas da categoria somaram R$ 4,06 bilhões em 2013, 14,8% a mais que em 2012, atingindo quase 6,5 bilhões de unidades comercializadas. O segmento de absorventes femininos também cresceu: em 2013 a receita de R$ 1,79 bilhão foi 11,8% maior que no ano anterior, ultrapassando 6 bilhões de unidades vendidas.

Para atender a esta demanda, a indústria de higiene pessoal no Brasil ganhou um reforço. Com 150 anos de história e presente na América do Sul há mais de um século, a multinacional alemã BASF inaugurou no último mês de junho o seu novo complexo acrílico no Polo Industrial de Camaçari, região metropolitana de Salvador. O empreendimento produzirá anualmente em escala mundial 160 mil toneladas de ácido acrílico, acrilato de butila e polímero superabsorvente (SAP), “usado principalmente em aplicações de higiene pessoal, como fraldas para bebês, fraldas para incontinência de adultos e absorventes femininos”, explica Sebastian Guarachi, diretor de higiene da BASF para a América do Sul.

O SAP tem o poder de absorver até 500 vezes o seu próprio peso. No caso de urina, por conta de seus sais, consegue armazenar até 50 vezes o seu peso. “Os produtos descartáveis estão melhorando continuamente para cumprir as exigências dos consumidores. Eles estão se tornando muito mais finos e leves. As fraldas hoje têm apenas 4 ou 5 mm de espessura e pesam aproximadamente 35g, bem abaixo dos 100g da década de 1980”, afirma Guarachi.

O empreendimento, que começou a ser construído em 2012 e contou com investimentos de cerca de R$ 2 bilhões, vai suprir o abastecimento nacional da matéria-prima acrílica, até então toda importada. O excedente poderá ser exportado para outros países da América Latina. “O projeto trará impacto positivo para a balança comercial do país de cerca de US$ 300 milhões ao ano, sendo US$ 200 milhões por meio da redução de importações e US$ 100 milhões em função de exportações”, diz o diretor da empresa.

Novo complexo da BASF em Camaçari

Novo complexo da BASF em Camaçari

Escolher Camaçari para a instalação do novo complexo foi uma decisão estratégica. Em operação há 37 anos e com um faturamento anual de US$ 15 bilhões, o Polo Industrial tem uma sólida infraestrutura logística e acesso facilitado a matérias-primas. Ele abriga mais de 90 empresas, entre elas, a Braskem – maior fabricante de resinas termoplásticas das Américas –, que fornecerá 100% do propeno utilizado pela BASF.

A chegada da companhia química também atraiu novos investimentos para a região. A norte-americana Kimberly-Clark, dona da marca Intimus e Huggies Turma da Mônica, inaugurou uma unidade no polo baiano em 2013. A fábrica, que recebeu um investimento de R$ 100 milhões, foi ampliada dois anos depois, ganhando dois novos equipamentos para linha de produção de fraldas e absorventes.

Com o início das operações no complexo acrílico, a BASF prevê para 2016 um crescimento de 2%, o mesmo registrado nos últimos dois anos. “A BASF é uma empresa com visão de longo prazo. É dessa forma que planejamos nossos investimentos, vislumbrando o mercado daqui a mais de 10 anos. Apesar do cenário econômico desafiador, acreditamos no potencial do Brasil”, afirma Sebastian Guarachi. A expectativa é que, em dez anos, a receita sul-americana da companhia chegue a € 9 bilhões. Dos mais de € 74 bilhões que a BASF faturou em 2014, a participação da América do Sul foi de apenas 5%.