Reinvenção radical: Quebrando com a próxima década de beleza

Ao entrar em uma nova década, as principais mudanças contemporâneas impactam o comportamento do consumidor. Entramos em uma era em que os consumidores mais experientes desejam ser tratados como indivíduos, onde a transparência é fundamental e a confiança é a nova moeda de troca. Nesse contexto, e ainda mais à luz dos recentes eventos sanitários, testemunharemos grandes mudanças que afetam nossa indústria da beleza e seu futuro.

1• Equilíbrio radical

No mundo pós bem-estar, o equilíbrio é apenas o primeiro passo para um indivíduo mais bonito.

No varejo, novos espaços que propõe nos recuperarmos da ansiedade urbana invocam calma, tranquilidade, aconchego e intimidade.

Do bem-estar global ao bem-estar íntimo, os últimos desenvolvimentos mostram a necessidade de se reconectar com o nosso eu mais íntimo - nossos instintos, emoções, ciclos, nosso bem-estar sexual. Novas marcas indies como a Dame Products são uma declaração de independência sexual e saúde através do prazer. Marcas voltadas para o ciclo menstrual, como a Knours, celebram o corpo feminino em todos os seus estágios e hormônios. O boom do CBD mostrou até que ponto uma pele sem stress poderia chegar e os consumidores não têm mais medo de ingredientes alternativos.

O equilíbrio está mudando para o misticismo, infundido por uma onda de feminismo-bruxo e códigos do zodíaco. E nessa nova era do New Age, especialmente a Geração Z tem uma cultura guiada por misticismos. De acordo com oFullscreen Report, mais de um quarto dos millennials concorda com a frase “horóscopos e astrologia influenciam minhas decisões de compra”.

2• Aprimoramento radical

Tecnologia e Bem-Estar estão se fundindo, criando uma tecnologia centrada no ser humano e dedicada à perfeição da pele como se fosse uma obra de arte. Mas como isso é novo? Até mesmo os consumidores de produtos naturais estão mudando para essa tendência, que mencionamos em nosso artigo anterior, Skin-icone Valley.

Bares de injeções e centros de IV-on-the-go parecem uma Glossier consciente. Eles atraem consumidores que procuram soluções radicais ou “tweakments”, que são aceitos sem tabus pelas gerações mais jovens. Os nômades se voltam para o hyaluropen. Os retoques menos invasivos estão crescendo cada vez mais, enquanto as Enfermeiras da Beleza estão dominando o Instagram (como @facebypinkie), e a tecnologia de impressão 3D inspirada por tratamentos médicos de ponta está ficando cada vez mais popular (ex. Biologique Recherche).

3• Liberdade radical

Saímos da era da padronização da beleza, onde as marcas impunham códigos de beleza, para uma era de auto-aceitação da beleza singular, onde as marcas precisam atender os consumidores como indivíduos. A inclusão não é mais uma tendência, é padrão.

Os consumidores querem que as marcas reconheçam a diversidade e as ajudem a celebrar cada centímetro de suas falhas ou imperfeições (rosto, corpo, pele). Cada vez mais, os consumidores procuram marcas com as quais possam se conectar, buscando marcas impulsionadas por "valores humanos", enquanto eles próprios agem como marcas. Os consumidores contemporâneos veem a liberdade como essencial - liberdade de experimentar (em vez de possuir), liberdade de consumir como desejam (e não apenas nos espaços tradicionais), liberdade de refletir o verdadeiro Eu (ou pelo menos a imagem que foi escolhida para mostrar graças ao filtros!).

A beleza se torna um símbolo de mudança, em todo o mundo. Da marca plus size Jstyle Evelett na Coréia do Sul (veja nosso artigo aqui sobre o empoderamento feminino) até Naomi Watanabe para Shu Uemura. Com um forte slogan de "um batom que faz toda a diferença”, a marca indie The Lipstick Lobby, incorpora a tendência com batons-com-causa que compartilham lucros com várias organizações americanas sem fins lucrativos. Outro exemplo recente é a marca ativista Lipslut, que doará 100% do lucro para organizações sem fins lucrativos, como a CDC Foundation (ajudando as pessoas afetadas pelo coronavírus).

Marcas precisam reconhecer que não estão mais estabelecendo quais são os padrões de beleza. Em vez disso, eles precisam promover a liberdade do que os consumidores desejam.

4• Regeneração radical

De acordo com o estudo da JWT, 90% dos consumidores concordam que as empresas/marcas têm a responsabilidade de cuidar do planeta e de sua população. Portanto, consumidores compram de acordo com suas convicções e eles esperam também que marcas sejam orientadas por propósitos.

Entramos em uma era pós-verde: o Efeito Greta, os incêndios na Austrália e outras crises sanitárias estão mudando o jogo. À medida que a sustentabilidade se torna a nova norma, as marcas de beleza vão precisar atender aos pedidos dos consumidores por desempenho, bem como um amanhã melhor para todos. O fator de sustentabilidade não deve ser escondido. Ele precisa ser enaltecido para gerar desejo. Novas marcas indies, como a Amalthea na França, oferecem soluções como refis de alto nível, enquanto possuem um serviço natural que atende aos seus valores e missão.

O próximo passo não será mais sobre ser livre de resíduos, carbon neutrality, ou beleza reciclável. Trata-se de fazer as mudanças necessárias para enriquecer o mundo (ou pelo menos adotar medidas para a melhoria do amanhã). O e-commerce Detox Market lançou uma nova iniciativa chamada Earth CPR, tomando medidas para se tornar mais sustentável como negócio. Seu objetivo é tornar-se carbon-negative plantando 500.000 árvores este ano e 2,5 milhões até 2025. "Uma coisa em que temos sido ótimos como empresa é conscientizar as pessoas sobre a toxicidade nos cuidados pessoais. Nossa próxima missão é incentivar as pessoas a mudarem para produtos sustentáveis. É Clean Beauty vezes 10”, disse Romain Gaillard, fundadora do Detox Market (Fonte: Beauty Independent).