Uma das maiores casas de fragrâncias do mundo, a multinacional alemã Symrise, realizou um estudo de mais de dois anos em sete países, entrevistando consumidores e uma equipe de profissionais que incluiu desde funcionários de limpeza em hospitais a antropólogos e especialistas em tendências. O objetivo era investigar as demandas em relação à higiene no pós-pandemia para, dentro deste contexto, entender o novo papel da fragrância.

Sabíamos, desde o início, que a Covid-19 teria um impacto profundo na forma que vivemos, pensamos e agimos. Isso porque, pela primeira vez na história, cinco gerações foram impactadas simultaneamente em todo o mundo pelo mesmo fenômeno, capaz de mudar nossos hábitos, especialmente os relacionados à higiene”, afirma Fernando Levy, diretor de marketing da América Latina para a divisão fragrância de consumo. “Essa experiência sem precedentes resultou em um novo conceito de higiene, que vai além da limpeza e funcionalidade. Ela agora inclui saúde e bem-estar em um nível físico e mental”, ele acrescenta.

Para atender às necessidades desta era pós-pandêmica intergeracional, batizada de forma proprietária pela Symrise de Geração H™ (H de higiene), uma expedição olfativa foi realizada em diferentes países, à procura de reinterpretações para o frescor, a palavra-chave comum entre os entrevistados no estudo.

Expedição olfativa por quatro países

Este grande insight inspirou nossos perfumistas em uma jornada pelo mundo em busca de novas rotas olfativas inspiradas pela natureza para responder às expectativas dos quatro perfis motivacionais de consumidores que identificamos na Geração H™: os Guardiões, os Resilientes, os Conscientes e os Otimistas”, diz Levy.

Na China, a Symrise se inspirou nos chás oolong e pu-erh e na cerimônia tradicional do chá para apresentar as soluções aos Guardiões. “Eles buscam o frescor que protege, em meio ao conforto e cuidado”, explica Olivia Ribeiro, gerente de marketing da categoria home care. “Os Resilientes são desbravadores e procuram na higiene seu senso de vivacidade. Para eles, descobrimos nos EUA a rara fruta paw paw, que carrega um frescor revigorante”. Para os Otimistas, a expedição desbravou a Espanha atrás de ingredientes como o barbary fig, fruto do cacto chamado de figueira da Índia. “Em busca de frescor de facetas alegres e irreverentes, chegamos à Andaluzia, que transborda vivacidade com seus sabores, aromas e histórias”. Já do Brasil veio a inspiração olfativa para os conscientes, que procuram a paz da natureza para se reconectarem. “A Chapada dos Veadeiros, um santuário de cachoeiras em meio ao cerrado, foi a região escolhida por sua aura mística e preciosa”, diz Ribeiro.

Ao contrário dos outros três destinos, que tiveram ingredientes com foco no processo de criação das fragrâncias, no Brasil, a inspiração foi um lugar. “A Chapada dos Veadeiros exigiu a combinação muito sensível e criativa dos nossos perfumistas, que usaram nossa tecnologia ScentTrap para captar os diferentes cheiros deste ambiente durante essa imersão. Foi preciso estar presente e conectado com a natureza para melhor decodificar essa nova fronteira olfativa”, afirma Levy.

Criações olfativas aplicáveis em multicategorias

O executivo conta que a escolha dos quatro países se deu pela importância que representam em termos de mercado, mas, principalmente por apresentarem conexão emocional com cada perfil da Geração H™. As expedições a esses locais resultaram em oito criações olfativas sustentáveis, os Vitessences™, que mimetizam a natureza, sem extrair a matéria-prima original, sendo pelo menos 70% biodegradáveis e 50% renováveis.

A partir dos novos Vitessences™, fragrâncias podem ser desenvolvida com base em uma paleta de mais de 130 matérias-primas e óleos essenciais com propriedades antimicrobianas, que atuam contra odores causadores de bactéria. “A Symrise lança um design inédito de fragrâncias aplicáveis em multicategorias. Isso significa que podemos utilizar acordes e fragrâncias em diversos produtos de perfumaria fina, cosméticos e beleza, além de artigos de limpeza de casa”, diz Levy.

Segundo ele, a fragrância importa mais do que nunca. “Na era pós-pandêmica, a fragrância foi apontada até com mais relevância do que o fator eficácia e ‘antibac’ pelos entrevistados”, finaliza.