Nem só de desconfiança vive o cenário econômico brasileiro. Para a perfumaria espanhola Equivalenza, 2016 é ano de pisar no acelerador. Presente no Brasil desde o ano passado, a empresa comemora os resultados no país e amplia o número de unidades.

Miguel Tormo, diretor geral da Equivalenza no Brasil

Miguel Tormo, diretor geral da Equivalenza no Brasil

Até o momento, são quatro lojas franqueadas em funcionamento, nas cidades de Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Vila Velha. De acordo com Miguel Tormo, diretor geral da Equivalenza no Brasil, a empresa prevê a abertura de novas unidades em Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Pontos de venda em São Paulo e em outros estados da região nordeste estão em fase de estudos.

O otimismo da companhia é amparado tanto por experiência quanto pelo domínio sobre o perfil do consumidor brasileiro. Quando a Equivalenza iniciou suas operações, em 2011, a Espanha também passava por um período de crise financeira. “Nossos produtos têm um preço acessível, por isso o modelo de negócio não é muito suscetível a mudanças no mercado”, explica Tormo.

Para o executivo, o público brasileiro se assemelha ao europeu ao seguir as mesmas tendências olfativas. Os principais consumidores de perfumes orientais são França, Itália, Espanha, Portugal e Brasil. “O mercado brasileiro é muito exigente e está entre os maiores consumidores de fragrâncias no mundo,” afirma ele.

Porém, ao contrário dos europeus, os brasileiros preferem aromas mais leves, segundo Tormo. Além disso, eles são mais abertos a experimentar novas fragrâncias e trocam de perfume com frequência. “Este hábito de consumo se encaixa perfeitamente em nossa filosofia, já que os clientes possuem uma grande variedade de perfumes ao seu alcance. Se você não veste as mesmas roupas todos os dias, por que usaria a mesma fragrância?” , questiona Tormo.

Conexão Brasil

A política da Equivalenza é oferecer uma combinação de personalização e variedade a preços competitivos. São mais de 140 fragrâncias masculinas e femininas. Nas lojas, os clientes são orientados a escolher entre as famílias olfativas que mais combinam com sua personalidade e estilo.

Os perfumes são vendidos a granel, em frascos de 30ml, 50ml ou 100ml. Na Europa, os recipientes dos perfumes são aproveitados em compras futuras, evitando o descarte desnecessário, mas no Brasil essa prática não pode ser aplicada por determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Uma das escolhas estratégicas da empresa é abrir mão de embalagens requintadas para manter os preços em conta e valorizar o próprio produto, conceito que vai ao encontro do logo da marca: “Equivalenza – Only Essenza”.

Além dos perfumes, as lojas oferecem cosméticos e, futuramente, integrarão aromatizadores de ambientes ao portfolio. Parte da produção comercializada no Brasil vem direto da Europa, mas muitos dos produtos já são fabricados no país com a metodologia espanhola. “A Equivalenza desenvolve os perfumes em sua sede central de Barcelona e conta com os principais fornecedores de essências mundiais. Alguns processos de fabricação e maceração já são realizados no Brasil, onde contamos com parceiros de primeiro nível, que possuem grande expertise neste campo”, explica Tormo.

Presença global

Para a companhia, a filosofia “low cost” é importante para a fidelização da clientela. De acordo com um estudo encomendado à consultoria Nielsen, sete em cada dez consumidores que experimentam os produtos da Equivalenza voltam a comprá-los.

Até mesmo em mercados mais exigentes, como a Itália, a aceitação da fabricante é boa. “Os italianos valorizam o perfume de qualidade e, mesmo que não sejam fiéis a uma única fragrância, já o são em relação à nossa marca”, afirma Tormo. Segundo o diretor, já são mais de 160 estabelecimentos no país e o ritmo de aberturas de novas unidades mantém-se acelerado.

Ao todo, a empresa está presente em 36 países, na Europa, América e África, com mais de 700 pontos de venda em atividade. Até o final do ano, a Equivalenza pretende estrear no mercado asiático, com suas primeiras lojas na Coreia do Sul.