De acordo com a Mintel, a França é o país onde a presença brasileira é mais notada, com 16% dos lançamentos inspirados no Brasil vindo de lá. No Reino Unido, segundo país na lista, esse número é de 14%. Depois, vêm os EUA, 12%, e Japão, 10%.

Brasil-mania aumentará ainda mais

Essa influência é detectada principalmente no campo dos ingredientes, que destacam informações como “brasileiro”, “do Brasil”, “originário do Brasil” ou “inspirado pelo Brasil”.

O mercado brasileiro também inspira os lançamentos globais no campo dos produtos para o cabelo. Anteriormente, a grande maioria dos produtos capilares lançados, que especificavam o uso de formulações sem sal, vinham do mercado brasileiro. Mas esse cenário vem mudando. Em 2011, por exemplo, o Brasil representava 95% desses lançamentos, enquanto 5% vinham dos outros países. Já em 2013, o Brasil foi responsável por 86% das formulações sem sal, e o restante do mundo, por 14%.

Tradicionalmente, o Brasil tem sido visto como uma fonte rica de ingredientes naturais, mas hoje ele também se firma como um mercado de beleza inspirador. A determinação brasileira de demonstrar uma bela aparência alavanca o mercado de beleza do país. Ao mesmo tempo, misturar elementos da cultura brasileira com frutas populares, como o açaí e o cupuaçu, é uma abordagem atraente também para o consumidor estrangeiro. Nos próximos dois anos, a influência brasileira vai ser ainda mais vista já que empresas cosméticas vão estar sob o efeito pós Copa do Mundo e começarão os preparativos para os Jogos Olímpicos, de 2016,” explica Vivienne Rudd, diretora global de insights de Beleza e Cuidados Pessoais, da Mintel.

A dinâmica do mercado local

Ao mesmo tempo em que mostra o seu papel no mundo como difusor de tendências, o mercado de cosméticos tem espaço para crescer internamente. Por exemplo, o mercado de produtos para a pele é caracterizado por produtos de posicionamentos básicos, como “hidratante”, encontrado em 77% das variantes, e “dermatologicamente testado”, presente em 40% dos itens, contra 66% e 26%, respectivamente, nos lançamentos mundiais. Por comparação, atributos como "iluminador" e "sem parabeno", populares em todo o mundo, presentes em 25% e 21%, respectivamente, dos lançamentos globais, não entram entre os 10 posicionamentos mais populares no mercado de artigos para a pele no Brasil, considerando os lançamentos entre agosto de 2013 e julho de 2014.

A pesquisa da Mintel também revela que 27% dos consumidores brasileiros usa produtos para a pele do rosto, principalmente para melhorar a textura da pele, 25% para tratar e prevenir a acne e 23% para minimizar a aparição de linhas de expressões e rugas. De fato, o mercado de produtos para a pele vai bem. As subcategorias de Protetores Solares e produtos para o corpo tem um crescimento projetado de, respectivamente 12,5% e 12,4%, entre 2012 e 2016, bem à frente, do setor de Cuidados Faciais (6,3%). Aliás, a área de cuidado facial (com mercado estimado em R$ 2,146 mi) terá suas vendas ultrapassadas pela subcategoria de Proteção solar (R$ 2,177 mi) até o final de 2014.

Há demanda para posicionamentos mais sofisticados no mercado brasileiro. Dermocosméticos e produtos híbridos, como base com protetor solar e BB e CC creams ganharão, cada vez mais, atributos de proteção, prevenção e personalização avançada, revelando o potencial da categoria de cuidados para a pele do rosto. Enquanto isso, produtos especializados para problemas de pele vão ajudar a expandir o mercado de produtos para o rosto,” afirma Vivienne Rudd.

Oportunidades também existem na área de produtos para cuidados com os cabelos, principalmente entre o consumidor masculino. De fato, a pesquisa da Mintel revela que 61% dos homens brasileiros usam xampu diariamente, em comparação com 27% das mulheres e 61% dos homens usam produtos de styling todos os dias, contra 41% das mulheres. No entanto, enquanto 33% dos homens escolheriam produtos específicos para o gênero masculino, apenas 2% dos lançamentos em 2014, no Brasil, foram voltados a esse público.