Janine Carvalho, gerente de marketing da DuPont Brasil

Janine Carvalho, gerente de marketing da DuPont Brasil

O mais recente estudo da empresa global de brand design e inovação PACKLAB aponta tendências que devem reger a criação e a fabricação de embalagens nas próximas décadas. Entre elas, destacam-se o minimalismo, o uso de cores vibrantes, tipografia costumizada e novos recortes. Paralelamente, nota-se a aplicação de referências vintage e elementos que remetam à história da marca (storytelling) como estratégia para aumentar a confiabilidade do consumidor, além do uso de materiais ecologicamente corretos.

A tendência de utilizar materiais sustentáveis surge da própria evolução da sociedade. Há uma grande preocupação com o que nos rodeia, tanto em relação aos alimentos que ingerimos quanto aos produtos que utilizamos,” diz João Tomás de Sousa, diretor da PACKLAB. Ele afirma que a empresa, que tem seis escritórios entre Europa, América do Sul e África, mantém uma equipe que acompanha diariamente os projetos que são lançados em todo o mundo para traçar as tendências anuais.

Segundo Janine Carvalho, gerente de marketing da DuPont Brasil, há um movimento para o uso de soluções que reduzam o custo das embalagens e evitem desperdício. “Hoje, podemos dizer que temos um portfólio mais completo para oferecer à indústria cosmética. Os últimos lançamentos da DuPont podem chegar a reduzir em até 20% o custo de matéria-prima em relação aos produtos já disponíveis no mercado”, afirma Carvalho. “Nosso papel na cadeia inclui orientar as empresas quanto à melhor escolha com relação ao polímero utilizado, para que não haja desperdício. Pelo mesmo motivo, também orientamos quanto às melhores práticas de como processá-lo, para que o projeto seja o mais otimizado possível”.

Carvalho diz que a DuPont conduz regularmente entrevistas com representantes das marcas para alinhar o desenvolvimento dos produtos a aplicações utilizadas pelos grandes players do mercado. Entre as tendências que ela destaca para o setor cosmético, estão decoração e efeitos diferenciados, design arrojado e tecnicamente desafiador. “É importante usar elementos que contribuam para a construção de uma imagem autêntica do produto e reflitam sua história,” completa.

Ela afirma que é necessário lançar materiais que permitam fácil adequação às necessidades de cada projeto, a exemplo dos copolímeros de etileno Surlyn PC 500 e Surlyn PC 3000, lançados pela DuPont em 2017. “Eles entregam transparência à embalagem final, mas também podem ser translúcidos, coloridos, metalizados, receber hot stamping e impressão a laser”.

No quesito sustentabilidade, Carvalho diz que há uma preocupação crescente da indústria com embalagens que possam ser reutilizáveis e recicláveis. “Estamos cada vez mais engajados em conversas com nossos clientes para tratar de temas como resíduos e projetos de reciclagem de embalagens pós-consumo. O produto Surlyn, quando reciclado, pode ser utilizado em diferentes segmentos, não necessariamente na indústria de cosméticos”, ela conclui.

Retomada do crescimento em 2018 – Segundo dados da ABRE (Associação Brasileira de Embalagem), em setembro de 2017, pela primeira vez desde outubro de 2013, foram registrados dois meses consecutivos de alta na produção. Enquanto no primeiro semestre do ano passado houve queda de 0,65%, a segunda metade do ano registrou crescimento de 1,9% nas vendas.

Entre os principais segmentos da indústria de embalagens no Brasil, se destacam o de materiais plásticos, com cerca de 39% do faturamento do setor, seguido pelas embalagens metálicas (18,1%), papelão ondulado (17,3%), cartolina e papelão (11,5%), papel (5,1%) e vidro (4,4%).