Na vida do homem moderno, a questão dos pelos vai muito além do simples fato de fazer a barba. Segundo recente pesquisa da Mintel [1], 50% da população britânica reconhece que hoje existe uma pressão maior para que os homens eliminem os pelos do corpo ou, pelo menos, que aparem e cuidem.

Cerca de 55% da população masculina declara ter removido pelos da cabeça nos últimos 12 meses; a segunda zona do corpo mais depilada foi, de acordo com o estudo, a região pubiana (29%). Em seguida, destacam-se tórax (13%), axilas (12%), costas (9%), nádegas (6%), braços (5%), pernas (4%) e pés (2%). Apenas 30% dos homens afirmaram não ter eliminado nenhum pelo do corpo ao longo do ano anterior. Além disso, um quarto (25%) dos homens na Grã-Bretanha declarou ter depilado as sobrancelhas.

"É cada vez mais frequente que os homens, em particular jovens com menos de 30 anos, depilem alguma parte do corpo. Esse comportamento, antes associado a indivíduos considerados metrossexuais, é cada vez mais comum", explica Charlotte Libby, Senior Beauty Analyst da Mintel.

Pressão social

Ao todo, um de cada cinco homens (19%) declara sentir uma certa pressão social para depilar o tórax. Quase a mesma proporção (18%) da população masculina sente esse tipo de pressão para depilar as axilas, enquanto 13% tem esse sentimento em relação aos pelos das pernas. Vale notar que a pressão para ter um corpo livre de pelos afeta principalmente os jovens: cerca de seis de cada dez homens (58%) na faixa etária de 16-24 anos se sentem compelidos a depilar ou cuidar dos pelos do corpo. A título de comparação, na população masculina com 65 anos a porcentagem é de 22%.

Embora 42% dos britânicos considerem que o uso da barba está na moda, praticamente a mesma proporção dos homens (39%) declara sentir uma certa pressão social para ter um rosto liso e sem pelos. Quase seis de cada dez consumidores (59%) estimam que, ao descuidar do rosto, o homem prejudica sua imagem profissional.

Nem é preciso dizer que não são só os homens que se sentem pressionados: quase três quartos (73%) de todos os consumidores do Reino Unido acreditam que hoje em dia a pressão é maior para que as mulheres depilem o corpo. De fato, apenas 8% das mulheres britânicas não tinham feito depilação nos 12 meses que precederam a pesquisa. Globalmente, cerca de 82% das mulheres depilam as pernas, 78% depilam as axilas e 57%, a região pubiana. Mas a tendência não para por aí: a busca por um corpo perfeitamente liso leva as mulheres a depilar outras partes do corpo, como braços (15%), pés (7%), tórax (4%), nádegas (3%) e costas (2%).

Diante dessas estatísticas, parece totalmente irrisória a influência de entidades caritativas ou militantes que pregam a valorização do corpo não depilado e de uma aparência mais natural.

Qual o impacto sobre as vendas?

Embora, em 2013, o mercado britânico de produtos para barba e depilação masculina tenha sido afetado por diversas promoções e pela moda da barba de três dias, em 2014 ele voltou a crescer: as vendas totalizaram 624 milhões de libras esterlinas (cerca de 794 milhões de euros), o que representa um ganho de 2,1% em relação a 2013 – ano em que as vendas movimentaram 611 milhões de libras esterlinas, ou 777 milhões de euros.

"No segmento de produtos para barba e depilação, a inovação continua focando no universo masculino, evidenciando uma forte tendência em matéria de depilação corporal e a volta do hábito de fazer a barba e cuidar da pele do rosto, com inspiração em gestos tradicionais", completa Charlotte Libby.

Nos Estados Unidos, a agência The NPD Group também constatou, nos meses de verão do hemisfério Norte, um aumento nas vendas de depiladores elétricos femininos para uso doméstico.

"Bombardeadas por promessas de depilação perfeita e pelo amplo leque de produtos e serviços disponíveis, as mulheres se sentem obrigadas a fazer tudo para ter a pele lisinha", explica Debra Mednick, diretora executiva e Home Industry Analyst da agência The NPD Group. "No entanto, o custo e os inconvenientes da depilação periódica com cera, a laser ou por outros métodos oferecidos em institutos têm estimulado as mulheres a procurar alternativas mais simples e mais baratas".