Caracterizado por acentuado dinamismo e criatividade, o mercado inglês tem uma estrutura de vendas bem diferente do que se vê em outros países da Europa. Com um líder do porte da Boots, rede de drogarias com mais de 2.500 estabelecimentos, a concorrência de preços é feroz e muitas promoções aquecem o mercado.

No entanto, "não faltam boas oportunidades, pois os consumidores são curiosos e gostam de novidade", explica Karine Tiano, agente de marcas de cosméticos no Reino Unido. "A cultura anglo-saxônica, sempre receptiva a mudanças, não hesita em abrir as portas para novas marcas, e as lojas usam e abusam do argumento da novidade e do pioneirismo para apresentar marcas menos conhecidas".

Maiores compradoras on-line da Europa

Além das grandes drogarias (Boots, Superdrug), disputam esse mercado as lojas de departamento, lojas especializadas em cosméticos, numerosas concept stores e lojas independentes, sites de venda on-line e programas de vendas pela televisão. As boutiques de moda também têm conquistado um espaço crescente nesse mercado, graças a sugestões de cosméticos para compor o visual, gerando compras por impulso. Paralelamente, a TopShop lançou sua própria marca de cosméticos em 2010 – e já no ano seguinte oferecia cerca de 70 cores de esmaltes. Desde então, a rede associou-se à BeautyMart, que criou uma loja de artigos de beleza dentro da principal loja da TopShop em Oxford Circus. Lançada em 2012, a BeautyMart dispõe de lojas e um site de vendas on-line, com uma seleção exclusiva de produtos icônicos de diversas marcas.

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"O site Net-A-Porter e várias concept stores - como The GoodHood Store, The Shop at BlueBird, Alex Eagle e The Conrad Shop – também decidiram apostar no setor de beleza e representar os produtos que hoje são parte integrante do nosso estilo de vida", explica Karine Tiano. "Mas, para as marcas, é mais vantajoso colaborar com especialistas como Space NK ou com sites como feelunique, lookfantastic e CultBeauty". A razão é muito simples: as inglesas lideram o ranking de compras on-line na Europa – ou seja, não se pode ignorar esse canal de vendas.

Outro sistema muito popular no país são os programas de vendas pela televisão. O canal QVC, presente no Reino Unido há mais de 20 anos, é o que mais se sobressai nesse mercado.

Luxo ou popular

As consumidoras gostam de novidade, não são muito fiéis, e o preço é o fator que mais influencia a decisão de compra. Foi com base nessa lógica que a Kiko conseguiu conquistar um lugar ao sol no Reino Unido, oferecendo preços bem adaptados ao mercado, com lojas situadas em locais cuidadosamente escolhidos.

Em contrapartida, o masstige não conseguiu seduzir as consumidoras britânicas – prova disso é o fracasso registrado pela Séphora há alguns anos. As consumidoras preferem comprar em lojas de departamentos ou boutiques especializadas em produtos de luxo, ou, no caso de produtos populares, nas lojas das redes Boots e Superdrug.