Aïna Queiroz, ID bio

Aïna Queiroz, ID bio

Brazil Beauty News - Quais são as aspirações da ID bio em matéria de novos desenvolvimentos?

Aïna Queiroz - Minha primeira meta é ampliar a oferta do Grupo no segmento de ativos cosméticos. Já dei início ao trabalho de pesquisa sobre substâncias naturais ativas, com novos alvos biológicos, o que corresponde perfeitamente aos objetivos da ID bio: como especialista em extração de elementos botânicos, a empresa deseja conquistar um melhor posicionamento no mercado de ativos naturais, graças a uma oferta mais diversificada e ao uso de plantas que façam parte de tradições locais.

Para identificar o potencial de uma planta com vistas a aplicações cosméticas, adotaremos como estratégia investigar sua origem, seu uso tradicional e seu conteúdo fitoquímico. O uso de coprodutos de origem vegetal também está entre as pistas de pesquisas que pretendemos explorar.

Brazil Beauty News - Poderia nos dar uma ideia dos próximos lançamentos? Que novidades serão apresentadas no Salão In-Cosmetics Brasil, em São Paulo?

Aïna Queiroz - A presença no salão In-Cosmetics de São Paulo servirá para que o Grupo ID bio consolide seu conhecimento sobre esse vasto mercado.

Já começamos a desenvolver extratos a partir de urucum, fruto usado pelos índios da América do Sul para se proteger do sol, pois é rico em bixina, molécula semelhante à do betacaroteno. Aliás, a cor vermelho alaranjado das sementes é uma das razões pelas quais as populações indígenas receberam o nome de "pele vermelha".

Da mesma forma, o camu-camu chamou a atenção das nossas equipes de pesquisas em virtude do forte teor em vitamina C, um dos maiores já vistos até hoje.

Vamos também aproveitar a participação no Salão (estande G09) para apresentar nossos ativos botânicos e os extratos titulados da linha TitrExtract®, que já estão fazendo sucesso em outras regiões do mundo.

Brazil Beauty News - Sua trajetória fez com que a senhora adquirisse ampla expertise sobre ativos naturais da América do Sul, em particular da Amazônia. Esses ingredientes estão se tornando cada vez mais populares e presentes nos produtos cosméticos. Qual a sua opinião sobre essa tendência?

Aïna Queiroz - A biodiversidade sul-americana é tão rica e sua história etnobotânica é tão fascinante que a indústria de cosméticos não poderia deixar de se interessar. Embora isso seja uma ótima notícia para o progresso econômico da região, dou total apoio às ações desenvolvidas para impedir que esses preciosos recursos se esgotem e para proteger as populações que tradicionalmente usam essas plantas – ainda que essas ações tornem mais difícil o trabalho do cientista ou do industrial que deseje desvendar os mistérios dessa flora.

Portanto, para mim, o uso que se faz atualmente de vegetais da Amazônia em produtos cosméticos é algo extremamente positivo, desde que certas regras sejam respeitadas. É justamente o que alguns países da América do Sul, como o Peru, estão progressivamente implementando, a fim de lutar contra a extinção de certas espécies e contra a biopirataria.