Breno Salek, Marketing and Sales Director at The Beauty Box

Breno Salek, Marketing and Sales Director at The Beauty Box

Com renda maior, os brasileiros não param de consumir cosméticos e, cada vez mais exigentes e informados sobre as novidades do segmento, estão abrindo espaço (e a carteira) para os importados em suas prateleiras. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, em 2013, o Brasil importou mais de US$ 687 milhões em artigos de beleza.

Os itens importados ainda são muito cobiçados pelos brasileiros. Mas observamos que a nossa consumidora prefere ter em sua cesta de beleza uma combinação de marcas nacionais e importadas”, afirma Breno Salek, diretor de marketing e vendas da The Beauty Box, rede de varejo de cosméticos multimarcas do Grupo Boticário.

Inaugurada em novembro de 2012, a The Beauty Box comercializa produtos de grifes internacionais, como Dior, Carolina Herrera e Lâncome, ao lado de brasileiras, como Phebo, Granado e as marcas próprias Eudora, Quem disse Berenice? e a nova Produtinhos da Beauty. “Quisemos ampliar nossa diversidade. Percebemos que não havia no país uma loja que proporcionasse uma experiência de compra diferenciada, reunindo marcas internacionais consagradas, debutantes no mercado brasileiro e nacionais renomadas. Decidimos investir em variedade, praticidade e uma faixa de preço acessível para todos os bolsos”, explica Salek.

Atualmente com 17 lojas no país, a The Beauty Box quer atrair o público já conquistado pela francesa Sephora. A maior rede de produtos de beleza do mundo chegou ao Brasil em julho de 2010 ao adquirir a Sack’s, então principal loja online de produtos de beleza da América Latina, e abrir dois anos depois sua primeira unidade no país, causando frisson entre as consumidoras.

The Beauty Box store at Mooca Plaza Shopping

The Beauty Box store at Mooca Plaza Shopping

Com mais de 100 marcas de luxo, além da sua própria, a Sephora Collection, a rede – hoje com 10 lojas no Brasil – atende um público ávido por lançamentos e produtos exclusivos, que parece não se importar em pagar caro por isso.

Uma pesquisa realizada em maio nas lojas online da Sephora mostra que um mesmo perfume, o feminino Dolce & Gabbana Light Blue (25ml) sai por US$ 50 (cerca de R$ 112) no site americano, € 49,50 (cerca de R$ 150) no francês e R$ 205 no nacional.

Por que tanta diferença? Primeiro, pela alta carga tributária brasileira, que faz com que aproximadamente 33% do lucro de uma empresa seja retido na forma de impostos. Depois, as taxas de importação, que para cosméticos e perfumes superam os 70%. E por fim, por problemas de infraestrutura, que encarecem os fretes. Somado a todas esses obstáculos, está também o chamado “Lucro Brasil”, já que a margem praticada no país é bem superior ao que se encontra na Europa e nos EUA.

Não é à toa que brasileiros compram tanto em viagens internacionais. Em abril, foram desembolsados US$ 2,344 bilhões no exterior, um novo recorde para o país. Desde que o Banco Central começou a divulgar os dados de compras no exterior, em 1947, o maior valor havia sido de US$ 2,29 bilhões, em outubro de 2013. E os “duty free” – zonas livres de impostos de importação, onde artigos custam em média 30% a menos – também não param de investir aqui. A rede Dufry, que já tinha no Aeroporto Internacional de Guarulhos sua maior loja do mundo, inaugurou em maio uma ainda maior no novo Terminal 3.