Usando células-tronco humanas, a equipe desenvolveu uma técnica para isolar os compostos necessários para a realização dessa importante tarefa de transformação da cor da gordura, tendo já identificado dois dos tais compostos.

Novas descobertas na criação de células de gordura marrom poderiam facilitar bastante a vida de quem quer entrar em forma para o verão. © Wallenrock / shutterstock.com

Embora não se tenha certeza de que uma pílula que substituiria a esteira possa ser fabricada e se será segura e efetiva, a pesquisa representa um importante primeiro passo no combate à obesidade.

Sabe-se que células de gordura podem ser convertidas. Por exemplo, um estudo da Universidade de Montreal [1] identificou que um ácido retinoico derivado da vitamina A é capaz de transformar células de gordura marrons em camundongos, mas a equipe de Harvard diz que sua descoberta é mais significativa. “O que nos impressionou de verdade foi o fato de que há alguns compostos que apresentam esse mesmo tipo de efeito quando administrados em animais, mas, quando os removemos, o efeito se vai”, diz Chad Cowan, principal acadêmico do Instituto de Células-Tronco de Harvard, “Porém, o que vimos aqui foi uma conversão estável.

Ainda assim, diz Cowan, não há certeza de quão longos serão os efeitos no metabolismo e no sistema imunológico, embora o pesquisador esteja entusiasmado com o sucesso dos dois compostos em camundongos.

A gordura marrom é considerada a “gordura boa”, pois, diferentemente da gordura branca, é capaz de gerar calor oxidando os ácidos graxos. Para iniciar esse processo, não é necessário nenhum exercício por parte do indivíduo, portanto as gorduras marrons aumentam o metabolismo basal ou de descanso.

Os pesquisadores passaram a acreditar que diferentes proporções de gordura marrom poderiam explicar por que alguns comem mais que outros sem ganhar peso, e sem níveis consideráveis de esforços físicos. Outros estudos [2] indicaram que é possível criar gordura marrom em participantes humanos mantendo-se a temperatura do ambiente em que vivem em 19ºC por, no mínimo, um mês.

O estudo do Instituto de Células-Tronco de Harvard publicado no periódico Nature Cell Biology. [3]