Cary Robinson, diretor da Keystone

Cary Robinson, diretor da Keystone

Brazil Beauty News - Como está evoluindo o mercado mundial de esmaltes para unhas?

Cary Robinson - O crescimento do mercado vem desacelerando. Não se veem mais as fantásticas taxas de crescimento de anos passados, com dois dígitos. Hoje em dia, são as novidades e os produtos com efeitos especiais que puxam o crescimento do mercado. O consumidor vem exigindo produtos com melhor desempenho. Tenho certeza de que as novas moléculas e as mais recentes tecnologias vão reacender o interesse por esse mercado. Os esmaltes em gel, por exemplo, já representam 15% do mercado americano e são uma das categorias mais dinâmicas na Europa.

Nossa estratégia baseia-se em avanços tecnológicos sólidos e extremamente confiáveis, em ferramentas industriais de qualidade e em inovações revolucionárias. Tudo isso acompanhado de um marketing diferenciado, a fim de facilitar o trabalho de nossos clientes.

Brazil Beauty News - A empresa anunciou recentemente o projeto de abrir novas unidades de produção na Europa e no Brasil.

Cary Robinson - Cerca de 40% de nossa produção nos Estados Unidos é exportada, sendo dois terços para a Europa. Rússia, Oriente Médio, China e Brasil também representam mercados importantes para a empresa, pelo alto potencial de crescimento que oferecem. Num setor em que a rapidez com que o produto vai para as prateleiras é uma das chaves do sucesso, é fundamental dispor de instalações de envase e estruturas logísticas o mais próximas possível dos clientes. Entretanto, todos os nossos produtos continuam sendo formulados nos Estados Unidos.

Brazil Beauty News - Muitos fornecedores de produtos de beleza e cosméticos estão investindo no Brasil.

Cary Robinson - Em relação aos esmaltes, o Brasil é o maior mercado mundial em termos de volume, enquanto os Estados Unidos são o líder mundial em termos de valor. O mercado brasileiro não pode ser deixado de lado, mas os obstáculos à comercialização são proibitivos. Por isso, preferimos buscar pequenas empresas brasileiras que sejam interessantes para nós, com o objetivo de adquiri-las. Esse processo deve ser finalizado nos próximos 12 meses. Nossos concorrentes estão fazendo exatamente a mesma coisa.

Por ter sido beneficiado, durante muito tempo, pela política de protecionismo praticada no país, o mercado brasileiro de esmaltes para unhas não sofreu pressão da indústria estrangeira e acabou evoluindo muito pouco. A formulação dos produtos permaneceu a mesma nos últimos 25 anos. A presença de novos fabricantes e a chegada de novos procedimentos vão ter um forte impacto no mercado. As marcas brasileiras terão, assim, a possibilidade de comercializar produtos diferentes e inovadores.

Além disso, haverá uma melhoria na qualidade dos produtos. Muitos consumidores estão dispostos a pagar um pouco mais caro por produtos de melhor qualidade. Não temos a intenção de ser mais um produtor low cost no mercado brasileiro.