Luxo e maquiagem, sempre no pelotão de frente

Leïla Rochet-Podvin

Leïla Rochet-Podvin

"Os Estados Unidos continuam na pole position dos mercados de luxo. O segmento de cosméticos de prestígio também tem feito bonito, com 3% de crescimento em 2014, segundo estatísticas divulgadas pela agência NPD", garante Leïla Rochet-Podvin. Recentes aquisições no setor, como a incorporação de marcas de prestígio pela Estée Lauder e a compra da Carol’s Daughter pela L’Oréal, comprovam o interesse de muitos grandes grupos pelo mercado premium. "O mundo dos cosméticos de luxo está em plena efervescência", comenta Leïla.

O mercado de maquiagem lidera o movimento, com expansão de 6%. Os segmentos que ganharam mais dinâmica foram os de maquiagem para os olhos (+10%) e para os lábios (+ 13%) - informação também confirmada pela agência NPD. Leïla Rochet-Podvin constata uma repetição de padrão: "o que antes víamos no segmento de unhas, hoje observamos no de maquiagem para olhos, ou seja, muita sofisticação, grande variedade de cores, grafismos, recursos para um traçado perfeito e produtos para preparação da pele. Depois da onda Nail Art, entramos na era Eye Art!"

Outra questão interessante é que o fenômeno de customização, que já conquistou os mercados de produtos populares, moda e cosméticos, ganhou também o segmento de maquiagem. Um bom exemplo é a Bite Beauty Lip Lab, que oferece às clientes nova-iorquinas a possibilidade de escolher o acabamento, a cor, o sabor e a embalagem do batom para criar um produto personalizado.

Presença asiática

Os produtos provenientes da Ásia têm conquistado crescente influência e presença nos Estados Unidos. Lançadas no mercado americano por lojas Lifestyle, como a Urban Outfitters, essas marcas, geralmente originárias do Japão ou da Coreia, hoje estão abrindo suas próprias boutiques em metrópoles da costa Leste e Oeste. Depois de ganhar Seul, as lojas Tony Moly, The Face Shop, Club Clio e Nature Republic começam a brotar em cidades que vão de Manhattan a San Francisco. "A Ásia é uma referência para as consumidoras americanas. Na mídia, o continente é apontado como um polo de expertise, sendo sinônimo de inovação e sofisticação para os rituais de beleza. Diante da considerável atenção dada a esse tema pela mídia em 2014, algumas marcas decidiram focar suas campanhas publicitárias em modelos asiáticos", analisa Leïla Rochet-Podvin.

Eclectic Beauty

Eclectic Beauty é a expressão fiel dessa visão prospectiva, traduzida em seis universos apresentados pela agência em murais de inspiração. "A beleza é eclética porque existe o desejo palpável de uma vida feita de mudanças e de teatralização da imagem pessoal. Estamos diante de uma concepção de beleza maleável, que busca ser compartilhada. Por isso, ela quer entrar em cena para ser vista", explica Leïla Rochet-Podvin. O fenômeno é exacerbado pela jovem geração que cresceu com a cultura de redes sociais, Youtube e principalmente Instagram. "As marcas não têm presença expressiva no Youtube. Na maioria das vezes, são as criadoras de conteúdo que garantem essa presença. A crescente importância que o Instagram vem ganhando enfatiza ainda mais o valor da autoimagem", conclui Leïla.

A partir dessa Eclectic Beauty, a agência definiu seis universos de inspiração que correspondem a diversas visões da feminilidade e aos produtos que começam a despontar no horizonte, incluindo marcas de nicho, para refletir esses novos estilos de vida e consumo.